Algumas das vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu o Haiti na terça-feira, 13, são militares que estavam no país a serviço da Força Multinacional de Paz da ONU e funcionários da entidade. Os ministérios dos 17 países que mantinham efetivos no país da América Central já confirmam mortos e desaparecidos entre o contingente, formado por 6,7 mil militares.
Veja também:
'É muito cedo para estimar número de mortes', diz diplomata
Comunidade internacional se mobiliza para enviar ajuda
Cruz Vermelha: até 3 milhões foram afetados por tremor
Brasil envia US$ 10 milhões em ajuda; Jobim vai ao Haiti
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que o representante da ONU no país e seu adjunto estão desaparecidos. A organização confirmou cinco mortos entre seus funcionários. A sede da entidade desabou com o terremoto.
O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse anteriormente temer que todos que estavam no prédio da ONU no Haiti poderiam estar mortos. O chanceler francês disse que o diplomata tunisiano Hedi Annabi, chefe da missão de paz da entidade, está entre os mortos causados pelo terremoto
O Uruguai, que mantém 950 militares no país, reportou um desaparecido, segundo o comando geral do Exército. O tenente-coronel Gonzalo Martirené servia em um edifício que desabou e não entrou em contato com seus superiores. Outros quatro militares que trabalhavam no mesmo prédio contataram outros soldados e disseram estar bem.
"Por enquanto, todas as hipóteses estão abertas. Não houve contato do tenente-coronel Martirené, mas deve-se levar em conta que no meio do caos que se vive no Haiti, as comunicações estão difíceis", ponderou a fonte do Exército.
Já o Exército brasileiro confirmou que pelo menos onze militares do País que fazem morreram. Além disso, encontram-se desaparecidos quatro militares que estavam no quartel da missão da ONU (Hotel Cristopher) e mais três sob escombros, não localizados no Ponto Forte 22 (Casa Azul), próximo ao bairro Cite Soleil. Há sete feridos em atendimento em um hospital e dois outros militares foram evacuados para a República Dominicana.
A imprensa da China informou que pelo menos dez capacetes azuis - como são chamados os militares a serviço da ONU no Haiti - chineses desapareceram e outros oito estão soterrados sob os escombros. A China mantém 125 efetivos no Haiti, incluindo seis mulheres.
A Argentina, que mantém 520 militares no país, informou que um integrante da Gendarmería, uma divisão das forças armadas, também morreu. "Com profundo pesar a Gendarmería Nacional informa o falecimento do cabo Gustavo Gómez, de 33 anos, que se encontrava cumprindo funções na Força de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah)", informou a entidade por meio de comunicado.
Duas mulheres chilenas foram dadas como desaparecidas logo após o terremoto, segundo a Força Aérea do Chile. Uma delas é a esposa do general chileno Ricardo Toro, segundo comandante das Forças de Paz enviadas ao Haiti. A outra é Andrea Loi, funcionária da Minustah, de acordo com informações dadas pelo coronel Duncan Silva.
O Exército da Jordânia confirmou que três militares que participavam da Minustah morreram e outros 21 ficaram feridos.