Os países latino-americanos mostraram apoio nesta segunda-feira, 14, ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disseram que não aceitarão a participação de uma delegação diplomática no Conselho de Direitos Humanos da ONU que não seja a designada por esse governo e expulsaram o representante hondurenho da reunião de embaixadores.
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O embaixador do México perante a ONU em Genebra, Juan Gómez Camacho, falou em representação do Grupo Latino-americano para indicar que "não há disposição em permitir que nenhum povo da região experimente mudanças antidemocráticas".
Camacho pediu à Presidência do Conselho de Direitos Humanos (CDH) para confirmar a existência de uma carta enviada pelo governo golpista de Honduras "informando do afastamento do embaixador (designado por Zelaya)". Nesse caso, pediu que o embaixador do governo de Roberto Micheletti abandonasse a sala.
O representante hondurenho, José Delmer Urbizo, foi expulso do Conselho, mas manifestou repúdio contra a decisão dos líderes latino-americanos. "Rerpesento meu país e meu povo e não há razão para que não participe dos trabalhos do Conselho", argumentou.
Os embaixadores dos países latino-americanos mostraram-se descontentes com a presença de Urbizo. "Nossa posição é que o embaixador Urbizo não participe das sessões do Conselho e queremos que ele se retire da sala", disse o venezuelano Germán Mundarain Hernández. O dominicano Homero Hernández afirmou que "seu governo não reconhece nenhuma representação diplomática do governo golpista lidderado por Micheletti", em referência ao atual líder hondurenho.
O presidente do Conselho, o belga Alex Van Meeuwen, aceitou adiar o início da sessão até esclarecer esta questão com o escritório legal da ONU e pediu que Urbizo se retirasse da sala após a intervenção dos embaixadores.