O líder deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta segunda-feira, 7, que permanecerá em seu refúgio na embaixada do Brasil em Tegucigalpa se o País permitir que continue lá, segundo uma rádio local.
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"Aqui ficarei enquanto contar com o apoio do Brasil", disse Zelaya à rádio Globo. "Eu defendo uma causa: respeitar o direito do povo de eleger seus presidentes. Fui tirado do poder e me defendi em Washington, na Europa e na América do Sul, na América Central e seguirei defendendo minha posição", completou o presidente deposto, hospedado na embaixada brasileira desde 21 de setembro.
O governante destituído agora deve conversar sobre sua situação com Porfírio Lobo, líder do opositor Partido Nacional e vencedor das eleições gerais de novembro. Lobo assume a presidência em janeiro e permanecerá no cargo por quatro anos.
Zelaya e Lobo são amigos de infância e oriundos da mesma província de Olancho, no leste do país. "Não descarto conversar com Pepe (apelido do presidente eleito) e isso não me faz deixar de lado meus valores e meus princípios. Sou um democrata e também sou pacífico", disse Zelaya à rádio.
Lobo já iniciou um diálogo com os líderes de todos os setores do país e convidou Zelaya a integrar as discussões, mesmo que sua campanha política não tenha tratado da restituição do presidente deposto. O problema é que se Zelaya deixar a embaixada brasileira, poderá ser preso mediante acusações de atentar contra a Constituição, de traição da pátria, de usurpação de funções e de abuso de autoridade, já que, segundo alegam os opositores, ele pretendia mudar a Constituição para eleger-se pela terceira vez.