O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya assegurou nesta segunda-feira, 29, que o documento filtrado pelo Wikileaks demonstra a "cumplicidade" dos Estados Unidos no golpe de Estado que o derrubou em 28 de junho de 2009.
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"Fica evidenciada a cumplicidade dos Estados Unidos ao saber, antecipadamente, do planejamento e da execução do golpe de Estado, e ficar em silêncio", afirmou Zelaya em comunicado enviado da República Dominicana, onde mora, e que foi distribuído à imprensa por colaboradores em Tegucigalpa.
O documento é um relatório do embaixador americano em Honduras, Hugo Llorens, enviado no dia 24 de julho de 2009, que aparece no jornal "The New York Times" e no periódico espanhol "El País", e que foi reproduzido pela imprensa hondurenha.
Llorens assinalou que "a perspectiva da embaixada era que não havia dúvida de que o Exército, a Corte Suprema e o Congresso conspiraram no dia 28 de junho no que constituiu um golpe inconstitucional e ilegal contra o poder Executivo".
Destacou que, independentemente dos méritos de um caso contra Zelaya, a tomada do poder por parte de Roberto Micheletti, que ocupou a Presidência após o golpe, foi "ilegítima". Segundo a mensagem enviada por Llorens, "nenhum" dos argumentos para justificar a derrocada de Zelaya gozavam de "validade substancial" segundo a Constituição hondurenha.
Zelaya assegurou que "o documento do Wikileaks é uma revelação de que os Estados Unidos estavam muito conscientes do golpe de Estado e complica o Governo de Barack Obama".
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