
15 de outubro de 2009 | 14h35
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta-feira, 15, que acompanha "com cautela" as negociações para resolver a crise política em Honduras e defendeu a recondução do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder. Questionado se há um prazo para Zelaya e sua comitiva deixarem a embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde estão instalados, Amorim respondeu: "Nós não temos. O prazo é a credibilidade do processo eleitoral."
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"O Brasil foi o primeiro a dizer que uma eleição que não fosse conduzida dentro do sistema democrático não teria credibilidade. Sistema democrático significa restituir o presidente Zelaya ao poder. Se é com o governo de união nacional, se é com uma comissão que vai controlar, isso tudo é perfeitamente discutível", afirmou o ministro.
O ministro se disse confiante de que os representantes de Zelaya e do presidente interino, Roberto Micheletti, chegarão a um acordo. "Estamos otimistas. Tenho acompanhado, recebido informações de Honduras e da OEA (Organização dos Estados Americanos). As informações não eram definitivas, mas eram positivas", declarou Amorim.
Restituição
À meia-noite desta quinta, vence o prazo final colocado por Zelaya para que haja uma saída negociada para a crise no país. Negociadores de Zelaya e de Roberto Micheletti voltam à mesa de negociações para buscar um pacto ainda nesta quinta.
O grande ponto de discordância entre as partes é o retorno de Zelaya ao poder. Na quarta-feira, Micheletti disse que a restituição de Zelaya é uma questão legal que deve ficar a cargo da Corte Suprema.
Os dois lados já concordaram em estabelecer um governo de união nacional.
Zelaya não disse que atitudes pretende tomar caso o prazo imposto por ele para um acordo expire. O líder deposto exige retornar ao cargo antes das eleições presidenciais marcadas para 29 de novembro.
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