
30 de junho de 2009 | 17h37
O procurador-geral de Honduras, Luis Rubí, confirmou nesta terça-feira, 30, que se o presidente derrubado, Manuel Zelaya, voltar ao país será detido. Segundo Rubí, a Justiça hondurenha emitiu uma ordem de detenção contra Zelaya, que poderá pegar 20 anos de prisão pelos crimes que supostamente cometeu. Rubí, que ocupa o cargo há vários meses e é membro do governante Partido Liberal, disse em coletiva de imprensa que "uma vez que (Zelaya) pise em território nacional, ele será detido e posto à disposição dos tribunais da República."
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Zelaya, derrubado no domingo pelos militares, que o enviaram à Costa Rica, anunciou que voltará a Honduras na próxima quinta-feira respaldado por representantes da comunidade internacional. O procurador-geral explicou que o Ministério Público investigou e formulou acusações contra Zelaya por "vários delitos", que poderiam render "20 anos" de prisão a ele.
Alguns desses crimes são abuso de autoridade, violação dos deveres dos funcionários e traição à pátria, entre outros, todos relacionados com uma consulta que Zelaya tentou realizar no domingo com a intenção de promover uma reforma constitucional. Rubí disse que "o Ministério Público desde o princípio informou ao presidente que ele estava violando a lei" ao promover o plebiscito, porque a Constituição não dá ao Executivo condições de fazer isso, só ao Supremo Tribunal Eleitoral.
O procurador-geral esclareceu que não há "nenhuma ação" do Ministério Público contra os funcionários do governo de Zelaya. No entanto, no futuro poderia haver ações contra eles "por casos de corrupção" que eram conduzidos anteriormente, advertiu. Rubí lamentou que o novo governo de Honduras, presidido por Roberto Micheletti, seja vítima de "desinformação" sobre "o que realmente ocorreu no país."
Além disso, pediu à comunidade internacional que deixe que os problemas sejam resolvidos pelos hondurenhos, "respeitando a Constituição e as leis". Zelaya foi levado à força pelos militares à Costa Rica no domingo, quando Micheletti, até então chefe do Parlamento, foi escolhido por este órgão para ocupar a Presidência.
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