Obama nomeia senador republicano Judd Gregg para Comércio

Político de New Hampshire é o 3.º oposicionista escolhido para o governo; indicada para reforma fiscal desiste

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Por Agências internacionais
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta terça-feira, 3, o senador por New Hampshire Judd Gregg como sua escolha para o posto de secretário de Comércio. Caso seja confirmado pelo Senado, o senador será o terceiro republicano a integrar o gabinete do presidente democrata. Já fazem parte da equipe os republicanos Ray LaHood, secretário de Transportes, e o titular da Defesa, Robert Gates.

 

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"Neste momento em que navegamos por essa tempestade em que se transformou nossa economia, não posso pensar em um melhor capitão que Judd Gregg", disse Obama. O presidente destacou ainda que Gregg "conhece de todos os ângulos o que faz com que a economia funcione", e domina "cada faceta da política pública". "O senador e eu não concordamos em tudo, como por exemplo quem deveria ter vencido as eleições presidenciais, mas estamos de acordo em que os Estados Unidos precisam de uma economia que funcione", brincou o chefe de Estado. Este era o último cargo vago no primeiro escalão da administração Obama.

 

Gregg, um conservador na política fiscal e o mais graduado republicano no Comitê de Orçamento do Senado, disse em comunicado divulgado mais cedo na segunda-feira que só aceitaria chefiar a secretaria com a condição de que o governador de New Hampshire, John Lynch, o substituísse por outro membro do Partido Republicano. Assim seria mantida a atual divisão entre os partidos no Legislativo. Em vários dos Estados norte-americanos, o governador tem a prerrogativa de indicar o sucessor de um senador, em caso de cargo vago.

 

"Eu deixei claro à liderança no Senado dos dois lados do espectro político e ao governador que não deixaria o Senado se sentisse que minha partida iria causar uma mudança na correlação de forças no Senado", afirmou Gregg. "A liderança no Senado, tanto a democrata quanto a republicana, e o governador entenderam essa preocupação e eu agradeço a consideração deles por essa posição."

 

A primeira opção de Obama para o posto de secretário de Comércio, o governador de Novo México, Bill Richardson, desistiu da disputa. Richardson foi envolvido em uma investigação sobre uma empresa que fez negócios com seu Estado. O governador afirma ser inocente, mas disse que a investigação poderia atrasar o processo de confirmação de seu nome, o que atrapalharia a nova administração do país.

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Desistência

 

Ainda nesta terça, Nancy Killefer, indicada para o posto de diretora de desempenho, responsável por conduzir o esforço de sua administração em combater os gastos desnecessários, retirou seu nome da consideração para o cargo, informou a Casa Branca, confirmando que o governo Obama aceitou sua saída. Nancy deixou por um ano e meio de pagar impostos por manter uma empregada doméstica.

 

A indicada confirmou que está retirando sua candidatura para supervisionar o orçamento dizendo não desejar que seus impostos se tornem uma fonte de "distração". Em uma carta ao presidente, Nancy disse entender que as tarefas de monitorar o orçamento são urgentes e qualquer atraso deve ser evitado. Com isso, ela "relutantemente" retirava seu nome.

 

O gabinete de Obama já enfrentou dois casos de indicados pelo presidente com problemas de impostos. Tom Daschle, escolhido para comandar a reforma do sistema de saúde do país, deixou de pagar mais de 128 mil dólares em impostos. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, também enfrentou críticas após sua indicação por atrasar o pagamento de US$ 34 mil em impostos.

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