
07 de novembro de 2008 | 12h45
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prepara-se em ritmo acelerado para a transição do poder na Casa Branca e há especulações de que pode anunciar nesta sexta-feira, 7, o nome do próximo Secretário do Tesouro, diz o Financial Times. Obama concederá sua primeira entrevista para a imprensa nesta tarde depois de reunir-se com seus assessores econômicos, que já estão em contato com líderes democratas do Congresso responsáveis por um novo pacote de estímulo econômico, que pode somar US$ 100 bilhões. A porta-voz da equipe de transição, Stephanie Cutter, rechaçou a possibilidade de Obama fazer anúncios sobre membros do seu governo, na tentativa de conter as especulações. Veja também: Obama nomeia deputado para transição Nomes cotados para o gabinete de Obama Especial: Quem são os eleitores de Obama Especial: Festa por mudança Veja discurso de Obama no Youtube (Parte 1) Veja discurso de Obama no Youtube (Parte 2) Veja o perfil do novo presidente Trajetória de Obama Estadao.com.br na terra dos Obamas Diário de bordo da viagem ao Quênia Veja a apuração das eleições Entenda o processo eleitoral Cobertura completa das eleições nos EUA Obama verá suas promessas de campanha colocadas a teste nesta sexta, quando se reúne com assessores econômicos para discutir sua transição para a Casa Branca. O presidente eleito, que conquistou uma vitória histórica na eleição de terça-feira em parte por conta de sua promessa de revitalizar a economia dos EUA, indicou um conselho consultivo de 17 pessoas para a transição a fim de ajudá-lo a decidir quem colocar no gabinete e como implementar as promessas de campanha. A equipe inclui os ex-secretários de Tesouro Robert Rubin e Lawrence Summers, o ex-secretário de Trabalho Robert Reich, o chairman do Google Eric Schmidt, o ex-chairman do Federal Reserve Paul Volcker e o bilionário Warren Buffett. Obama falará à imprensa pela primeira vez desde a histórica vitória eleitoral da terça-feira, que o tornará o primeiro negro presidente dos Estados Unidos quando tomar posse em 20 de janeiro. Também vão participar do encontro desta sexta-feira o vice-presidente eleito Joseph Biden, a governadora de Michigan Jennifer Granholm e o ex-presidente da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM norte-americana) William Donaldson. Summers e Volcker estão entre os nomes cotados para assumirem o posto de secretário do Tesouro, que vai distribuir US$ 700 bilhões do pacote de socorro para Wall Street. O atual presidente do Fed de Nova York, Timothy Geithner, também é mencionado, junto com Laura Tyson, que foi presidente do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca durante a era Bill Clinton. Espera-se que os principais conselheiros econômicos de Obama participem do encontro de cúpula do G-20 na Casa Branca no dia 15 de novembro, quando os líderes mundiais vão tentar considerar uma resposta coordenada para a crise. Uma pesquisa feita pela Reuters junto a economistas mostrou que 26 dos 48 entrevistados acreditavam que Geithner será o escolhido. Summers veio em segundo com 14 votos. O novo chefe do Tesouro dos EUA será responsável por gerenciar o programa de resgate econômico de US$ 700 bilhões e a reforma regulatória necessária para evitar uma repetição da crise atual. O pacote que os democratas preparam inclui a criação de um órgão de regulação de risco das instituições financeiras semelhante à Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza o mercado de ações. O sistema seria consolidado com a fusão de órgãos. As medidas envolvem também novas leis sobre incentivos pagos a altos executivos e sobre operações com cartões de crédito. O mesmo órgão deve controlar setores que hoje são supervisionados por órgãos distintos e outros que não são regulados por ninguém. Ele terá sob seu guarda-chuva bancos e outras instituições financeiras, companhias de seguros, fundos de hedge e empresas que antes atuavam livremente, como as corretoras que intermedeiam a compra e venda de dívidas hipotecárias. A falta de controle sobre a concessão de créditos com base nesses papéis, ancorados sobre avaliações irreais de casas e apartamentos, desencadeou a crise econômica. (Com Lourival Sant´Anna, de O Estado de S. Paulo, e Cynthia Decloedt, da Agência Estado)
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