Os Estados Unidos não libertarão presos potencialmente perigosos de Guantánamo em território americano, mas os julgarão em cortes do país ou os transferirão às respectivas nações dos detentos, assegurou neste domingo, 25, o vice-presidente, Joe Biden. "Não libertaremos (essas) pessoas dentro dos EUA, porque até onde eu sei, não são cidadãos americanos", afirmou Biden no programa "Face The Nation", da rede de televisão "CBS", em sua primeira entrevista desde que assumiu a vice-presidência, na terça-feira.
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Em uma tentativa de acalmar os críticos à decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de fechar, dentro de um ano, a prisão de Guantánamo, Biden afirmou que os detidos acusados de terrorismo serão "transferidos e julgados em cortes americanas, cortes militares, ou serão devolvidos a seus respectivos países."
O procedimento para fechar Guantánamo será complicado, já que, atualmente, permanecem na prisão - localizada no oeste de Cuba - em torno de 245 presos. Uma parte deles, entre 50 e 60, segundo fontes, recebeu a autorização para serem libertados, e o novo governo planeja transferi-los a terceiros países.
No entanto, até agora os EUA enfrentam problemas para encontrar nações dispostas a receber estes presos. Em nenhum caso os detidos serão enviados a países onde possam ser torturados, mesmo que sejam os seus próprios, prometeu a Casa Branca.
Neste contexto, Biden sugeriu que o fechamento de Guantánamo levará tempo, mas insistiu em que a prisão será extinta no prazo fixado, porque o governo "olha prisioneiro por prisioneiro" para definir seu futuro.
O vice-presidente qualificou a decisão de Obama de prudente, ao alegar que Guantánamo, em particular, e o legado deixado pela administração de George W. Bush em matéria de rendições, detenções e torturas fizeram com que as organizações terroristas tenham se fortalecido, em vez de se enfraquecer.