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Aeroporto de Paris pode ficar sem combustível em meio a protestos

Escassez é consequência da maior greve contra a reforma da Previdência desde setembro

Atualização:

O principal aeroporto francês, Roissy-Charles de Gaulle, tem combustível somente até a próxima terça-feira, alertou o Ministério dos Transportes do país na manhã deste sábado. A escassez de combustível é consequência da maior greve contra a reforma da Previdência desde setembro.

 

Neste sábado, milhares de estudantes devem se juntar aos sindicatos de trabalhadores no quinto dia de protestos em menos de seis semanas.

 

Os sindicatos convocaram manifestações contra a proposta do governo de elevar a idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos.

 

As doze refinarias de petróleo do país e alguns depósitos já foram bloqueados pelos protestos.

 

A empresa Trapil, que administra o fornecimento de combustível aos aeroportos parisienses, disse à mídia local na última sexta-feira que os suprimentos pararam de chegar.

 

Segundo os representantes da empresa, o Charles de Gaulle deve ter combustível até segunda ou terça-feira, e o aeroporto de Orly pode ter um pouco mais.

 

O porta-voz do Ministério dos Transportes afirmou que o oleoduto até os aeroportos está trabalhando de forma intermitente.

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"Estamos explorando possíveis soluções para abastecer o aeroporto em Roissy. Estamos confiantes", disse.

 

Motoristas em pânico

 

Autoridades francesas insistem que o país tem combustível suficiente para manter as atividades industriais. A ministra da Economia, Christine Lagarde, pediu que as pessoas "não entrem em pânico".

 

"Tenho certeza de que vamos resolver essa situação através de um diálogo social inteligente", declarou Lagarde neste sábado.

 

No entanto, cerca de 10% dos postos de gasolina do país tiveram que ser fechados por falta de combustível, e filas de motoristas já começaram a se formar em outros postos.

 

Neste sábado, espera-se que 3 milhões de pessoas vão às ruas em mais de 200 passeatas na França.

 

Os manifestantes se opõem à proposta de aumento da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos, e ao aumento do limite de idade para ter direito à aposentadoria integral de 65 para 67 anos.

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Os dois artigos são os elementos centrais da reforma da presidência defendida pelo presidente Nicolas Sarkozy, e já foram aprovados pela câmara dos deputados francesa.

 

O texto da reforma está sendo examinado pelo Senado, que deve concluir a votação no dia 20 de outubro.

 

Protestos

 

Na próxima terça-feira, um sexto dia de greves e protestos está planejado em todo o país.

 

Durante a última semana, mais de um milhão de pessoas foram às ruas, de acordo com a polícia. Os sindicatos afirmam que 3,5 milhões participaram das passeatas.

 

Os protestos impediram o funcionamento de mais de 300 escolas em todo o país, e os estudantes se juntaram às manifestações.

 

Líderes estudantis dizem que a próxima geração sofrerá com a falta de empregos, já que os mais velhos permanecerão no trabalho por mais tempo.

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O correspondente da BBC em Paris, Christian Fraser, diz que as autoridades francesas temem que o envolvimento dos estudantes dificulte a contenção dos protestos. Outra preocupação é que eles se espalhem pelos subúrbios de Paris.

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