20 de abril de 2010 | 21h05
Associated Press
GENEBRA- A Organização de Aviação Internacional Civil (ICAO, na sigla em inglês) afirmou nesta terça-feira, 20, que irá começar a trabalhar para estabelecer padrões mundiais sobre a concentração das cinzas vulcânicas que afetam os motores de aviões.
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Raymond Benjamin, secretário-geral da agência da ONU responsável pela segurança aérea, afirmou que o conselho governante da ICAO teve uma reunião especial nesta segunda, sobre padrões de cinzas.
Segundo Benjamin, o conselho decidiu formar um grupo de representantes da indústria, governos, cientistas e da Associação de Transporte Aéreo "para começar a trabalhar nesses padrões". Benjamin falou com jornalistas após ter se encontrado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A agência localizada em Montreal, no Canadá, tem 190 funcionários e opera nove estações ao redor do globo, que monitoram cinzas de vulcões como as do islandês Eyjafjallajokull, que entrou em erupção em 14 de abril, cancelando milhares de voos e instaurando o caos aéreo na Europa.
O presidente da ICAO, Roberto Kobeh Gonzales, afirmou que a informação das estações é enviada aos governos, que decidem se é seguro ou não permitir os voos.
"Os Estados são responsáveis pela segurança, seguindo os padrões da ICAO", disse Gonzales. "Nós temos padrões para o mínimo de visibilidade, mínimo de cobertura (de cinzas)... Não há padrões neste momento para qual a concentração de cinzas que pode afetar as turbinas", completou.
Gonzales também alertou que "não é fácil desenvolver um padrão" para o mínimo de cinzas que pode danificar os motores, porque "há muitas variáveis". "Se você perguntar a um fabricante de motores, 'qual a concentração de cinzas que seu motor aguenta?'", ele não irá responder porque isso varia".
Segundo Gonzales, essa variabilidade faz com que ninguém voe enquanto haja uma possibilidade de risco. O presidente da ICAO afirmou que ainda levará um tempo para que os padrões sejam divulgados. "Não é um trabalho de duas semanas", acrescentou.
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