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Alemanha precisa da imigração, diz ministro das Finanças após movimento antiasilo

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Por Redação
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O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, afirmou neste sábado que a imigração é boa para país e que políticos devem explicar melhor o que todos podem ganhar com ela, em resposta ao surgimento de um novo movimento contra a entrada de imigrantes muçulmanos. O número de requerentes de asilo na Alemanha, muitos da Síria, mais que dobrou este ano, chegando a cerca de 200.000, e a imigração normal atingiu seu nível mais alto em duas décadas. Muitos alemães estão preocupados com os custos relacionados à imigração e com o fato de que os refugiados possam tomar posições de trabalho. O surgimento súbito do movimento popular Pegida, ou Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente, que na semana passada organizou um ato reunindo 17.500 anti-imigrantes na cidade oriental de Dresden, obrigou os legisladores a responder. “O mundo está mais aberto e a imigração ajuda a todos. Assim como usamos milhões de refugiados e exilados depois da Segunda Guerra para reconstruir... hoje nós precisamos da imigração também”, disse Schaeuble ao Bild Online, ao ser perguntado sobre a popularidade do Pegida. A imigração passou a fazer parte da agenda política da Alemanha. Alguns membros do bloco conservador da chanceler Angela Merkel estão preocupados com o risco de perder apoio se não responderem ao medo das pessoas. Eleitores já puniram governos em diversos países europeus, incluindo Grã-Bretanha e Suécia, por falharem em responder à altura sobre a questão da imigração. “Claro que temos de conviver com os imigrantes. Isso irá mudar a nossa rotina, mas não a deixará pior, mas irá melhorá-la”, acrescentou Schaeuble, membro do Partido Democrata Cristão (CDU), de Merkel. A imigração é um tema particularmente sensível na Alemanha por causa de seu passado nazista. As regras alemãs de asilo estão entre as mais liberais do mundo. Schaeuble disse que políticos precisam melhorar a explicação a respeito das mudanças na vida diária, e ele repetiu comentários feitos pelo presidente Joachim Gauck nesta semana afirmando que as pessoas não devem ficar com medo. “As pessoas estão certas ao temer o terrorismo islâmico. Mas não o Islã”, declarou. (Reportagem de Madeline Chambers)

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