Analistas criticam perfil discreto de novos líderes da UE

Premie belga e diplomata inglesa foram eleitos presidente e chanceler do bloco na quinta-feira

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Por AP
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A escolha de dois políticos com um perfil discreto para os novos cargos diretivos da União Europeia (UE) foi criticada por analistas nesta sexta-feira, 20. O premiê belga Herman van Rompuy e foi eleito presidente do bloco e a comissária para o comércio, Catherine Ashton, foi escolhida como chanceler.

Van Rompuy e Ashton serão responsáveis por dar ao bloco um maior papel na discussão da mudança climática, do terrorismo e do comércio mundial. Eles foram escolhidos em meio a dez candidatos, entre eles o ex-premiê britânico Tony Blair. Para Marco Incerti, analista do Instituto Europeu de Estudos Políticos, a escolha é um mau sinal para os parceiros comerciais europeus. "Teremos duas figuras bastante discretas, o que é muito. O mundo espera uma pessoa com perfil de líder na Europa", disse o cientista político. Ainda de acordo com o analista, a falta de experiência de Ashton em questões políticas pode prejudicar as negociações sobre o programa nuclear iraniano e o processo de paz entre israelenses e palestinos. "Este tipo de posto requer uma experiência que ela não tem", atestou. A revista de geopolítica Stratfor, uma publicação baseada nos EUA, também criticou a escolha. "A falta de visibilidade de Rompuy vai contra o que alemães e franceses esperam de um presidente da UE". Van Rompuy, um democrata cristão de 62 anos, passou a maior parte da carreira nos bastidores da política belga e se tornou premiê no ano passado. Ele prometeu ser discreto no cargo e elegeu como prioridades as mudanças climáticas e o desemprego. Ashton, de 53, disse que apesar da pouca experiência está orgulhosa do posto ser destinado a uma mulher. O cargo reúne mais atribuições do que o de comissário de relações exteriores, ocupado por Javier Solana. O cargo de presidente e chanceler da União Europeia foram criados pela reforma do tratado da UE, que entra em vigor no próximo dia 1 e busca encorajar a integração do continente.

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