Às vésperas da Eurocopa, problemas com imagem crescem para Ucrânia

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Por RICHARD BALMFORTH
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Os malabaristas de rua entraram em ação e uma agitação festiva aumenta na capital ucraniana, onde o centro se transformou numa grande área de "recepção" para os torcedores do futebol europeu. Quanto mais perto o torneio da Eurocopa 2012, no entanto, maiores os problemas para o presidente Viktor Yanukovich. As bolas que ele terá de manter no ar enquanto seu país for o coanfitrião do torneio com a Polônia em junho vão de boicote político a acusações de racismo. Uma briga por causa do status da língua russa na Ucrânia, que causou confrontos entre oradores ucranianos e a polícia na 'zona dos torcedores' da Eurocopa na terça-feira, ameaça respingar nele antes da próxima eleição parlamentar em outubro. A iniciativa do partido do governo de aumentar o papel do russo no país, que instigou muitos oradores ucranianos, foi apenas um ponto na onda de publicidade negativa antes da Eurocopa 2012. O torneio começa na Polônia na sexta-feira e a final ocorrerá em Kiev no dia 1o de julho. Quando o roteiro foi escrito em 2008 - parte dele pela Polônia, a 'cheerleader' da Ucrânia na Europa -, fazer da Ucrânia a coanfitriã da maior festa do futebol da Europa era considerado um incentivo para que a ex-república soviética se integrasse à família democrática europeia. "Eles queriam usar o campeonato europeu como propaganda para mostrar a Ucrânia como um grande país europeu com ótimo potencial. Mas hoje está claro que esses planos não se concretizaram", disse Volodymyr Fesenko, diretor do instituto Penta. Depois que Yanukovich virou presidente no começo de 2010, o seu Partido das Regiões considerou que o evento poderia ser uma plataforma para lançar uma campanha eleitoral em 2012. O torneio foi negociado pelo governo anterior, mais pró-Ocidente. Internamente, ele alegraria um pouco o povo em meio aos infortúnios econômicos, incluindo a ingestão do remédio amargo do FMI no que diz respeito aos impostos e à reforma da previdência. No exterior, a Ucrânia seria capaz de voltar seu rosto sorridente ao mundo e projetar a imagem de um país que finalmente descartara o legado pesado soviético e estava pronto para assumir seu lugar no mainstream europeu. "O Partido das Regiões tinha grandes planos para usar a Eurocopa para sua futura campanha. Mas o 'efeito' Euro acabou sendo inesperadamente ambíguo", disse Fesenko.

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