Atentados suicidas deixam pelo menos 12 pessoas mortas no Daguestão

Ataques ocorrem dois dias depois das explosões no metrô de Moscou que mataram 39 pessoas

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MOSCOU - Pelo menos 12 pessoas, entre elas nove policiais, morreram nesta quarta-feira, 31, devido a explosão de duas bombas acionadas por dois terroristas suicidas no Daguestão, região autônoma do norte do Cáucaso, informou o Ministério do Interior dessa república russa.

 

 

O primeiro atentado aconteceu por volta das 08:30 (horário local), quando um veículo estacionado a 300 metors de um dos edifícios do Ministério do Interior e do Serviço Federal de Segurança explodiu ao lado de um carro da polícia, de acordo com a agência Interfax.

 

Cerca de 20 minutos depois, quando os agentes prestavam socorro às vítimas, outro artefato explodiu ao ser acionado por um terrorista vestido de policial. Além dos policiais, uma mulher e um membro do comitê de instrução da Procuradoria morreram no atentado.

 

O porta-voz da polícia da província disse que o chefe de polícia de Kizlyar, Vitaly Vedernikov, está entre os mortos. As explosões mataram 12 pessoas, nove delas policiais, e 23 outras tiveram de ser hospitalizadas, segundo autoridades federais da Rússia.

 

Os ataques desta quarta-feira aconteceram dois dias depois que duas mulheres suicidas causaram 39 mortos ao explodirem duas bombas no metrô de Moscou. Os corpos de segurança acreditam que estes atentados foram organizados por grupos terroristas islâmicos do Cáucaso do Norte da Rússia.

 

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que os ataques no Daguestão podem ter sido obra "dos mesmos bandidos" que realizaram os atentados no metrô de Moscou na segunda-feira. "Eu não descarto que os mesmos bandidos estavam atuando aqui", disse Putin em um encontro do governo, segundo a agência russa Interfax. O presidente Dmitri Medvedev também se manifestou e disse que ambos os atentados foram feitos por "braços da mesma rede".

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Em janeiro outros seis policiais morreram e outros quatorze ficaram feridos em um atentado suicida que ocorreu em Majachkalá, capital do Daguestão. A república é predominantemente muçulmana próxima  e fica próxima à Chechênia.

 

A Polícia e as forças de segurança são alvos frequentes dos ataques no Cáucaso Norte por representar o Kremlin, inimigo ideológico dos insurgentes. Há suspeitas, porém, de que sejam uma represália à estratégia dura usada por esses órgãos na região. Os militares são frequentemente acusados de matar, sequestrar e espancar moradores da região.

 

Um relatório do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais informa que 916 pessoas morreram no Cáucaso Norte em 2009 em episódios violentos relacionados a conflitos com as forças de segurança, um aumento significativo em relação às 586 mortes de 2008. Outro grupo de observação da região reportou 172 ataques terroristas na área no ano passado que deixaram 280 mortos na Chechênia, 319 na Inguchétia e 263 no Daguestão.

 

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