Atos lembram 5º aniversário do massacre de Beslan na Rússia

Atentado em escola na fronteira com a Chechênia em 2004 deixou 330 mortos, dos quais 186 eram crianças

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Por Efe
Atualização:

Questões sobre a ação duvidosa das forças de segurança ainda assolam os parentes das vítimas. Foto: AP

 

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MOSCOU - Amigos e parentes das vítimas do ataque terrorista ocorrido há cinco anos em Beslan, cidade da república russa da Ossétia do Norte na fronteira com a Chechênia, deram início nesta terça-feira, 1º, às homenagens às 334 pessoas mortas na escola onde insurgentes chechenos mantiveram mais de mil pessoas como reféns durante três dias exigindo recuos do governo da Rússia.

 

Desde cedo parentes e habitantes de Beslan e outra cidades foram à escola e depositaram garrafas de água (em lembrança da sede que passaram as vítimas) e acenderam velas nas ruínas do ginásio do colégio, informou a agência russa Interfax.

 

Os atos, que durarão até na próxima quinta-feira, começaram com o som de uma sirene às 2h15 de Brasília, exatamente na mesma hora que, há cinco anos, soou o primeiro tiro do mais brutal ataque terrorista da história da Rússia.

 

Dia 1º de setembro de 2004, quando se realizava a inauguração do ano letivo, um grupo terrorista checheno atacou o centro educativo e capturou como reféns mais de mil pessoas, entre professores, alunos e parentes.

 

Os terroristas fecharam seus reféns no ginásio da escola e advertiram que o explodiriam se a Rússia não retirasse suas tropas da Chechênia ou tentasse uma operação de resgate dos sequestrados.

 

Dois dias depois, após uma explosão no interior do ginásio, as forças de segurança lançaram uma confusa operação de resgate, que segundo as autoridades, impediu que os terroristas matassem a todos seus cativos. Ao todo, 330 reféns morreram no dia 3 de setembro de 2004, deles 186 crianças e outros quatro faleceriam mais tarde em consequência dos ferimentos.

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A organização "A Voz de Beslan", que acolhe as mães das crianças vítimas do massacre, escreveu recentemente ao presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, para pedir-lhe que as receba no quinto aniversário do ataque terrorista. "No quinto aniversário nos manifestarão condolências e nós, em vez de palavras vazias, pedimos que em um dos dias de luto pela tragédia se receba às (mães das) vítimas", assinala o comunicado do grupo, citado pela agência Interfax.

 

Em sua carta, lhe pedem ao chefe do Kremlin que se reúna com seus dirigentes, entre elas Ela Kesayeva, a mais crítica da versão oficial do massacre.

 

Em 2008, Keseyeva pediu à Promotoria russa que abrisse um processo penal contra o ex-presidente e atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, ao que lhe acusava de "assassinato, excesso no uso da força, abuso de poder e negligência" por sua gestão da crise de reféns.

 

Uma comissão parlamentar absolveu em dezembro de 2006 as autoridades russas de toda a culpa no episódio, afirmando que nem o Exército nem o Ministério do Interior ou os serviços de segurança se excederam no uso da força.

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