20 de março de 2009 | 08h59
O austríaco Josef Fritzl aguentou "bem" e com "certo alívio" sua primeira noite após a sentença à prisão perpétua por manter trancada e abusar sexualmente da filha durante 24 anos, informaram nesta sexta-feira, 20, as autoridades penitenciárias austríacas.
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Os especialistas que atendem Fritzl como medida para prevenir um suicídio detectaram "um certo alívio" no condenado após o fim do processo, e observam que ele aceitou a condenação, disse à imprensa Erich Huber-Günsthofer, responsável da prisão de Sankt Pölten na qual, por enquanto, Fritzl está internado. Huber-Günsthofer disse que, nestes primeiros momentos após a condenação, Fritzl está sendo vigiado de forma mais estreita como medida cautelar, e ele conta o tempo todo com ajuda psicológica.
O responsável penitenciário falou pessoalmente com Fritzl e assegurou que, apesar de uma condenação assim sempre representar "uma carga", pôde ver certo alívio no acusado, depois que o julgamento terminou. Um júri popular formado por cinco mulheres e três homens determinou na quinta-feira, de forma unânime, que aposentado de 73 anos é culpado de todas as acusações, incluindo assassinato por omissão de auxílio, por isso foi condenado à prisão perpétua.
O veredicto chegou após um rápido julgamento de apenas quatro dias na Audiência Provincial de Sankt Pölten, ao oeste de Viena, que foi acompanhado ao vivo pela imprensa de todo o mundo. Fritzl, de 73 anos, passará, a princípio, toda a vida na prisão. Primeiro, em uma instituição para criminosos com problemas mentais, onde será submetido a tratamento, e, se evoluir favoravelmente, em uma penitenciária comum.
Por causa de sua idade, 73 anos, é improvável que Fritzl obtenha benefícios para deixar a prisão. Segundo Franz Cutka, porta-voz da corte, o austríaco teoricamente poderia, depois de passar 15 anos preso, ter sua liberdade condicional avaliada por três juízes. Não foi decidida a prisão psiquiátrica que abrigará Fritzl. Por enquanto, ele permanecerá detido em Viena.
Antes de o veredicto ser anunciado, o engenheiro aposentado fez um apelo ao júri. "Arrependo-me do fundo do meu coração pelo que fiz com minha família. Infelizmente, não posso mudar isso agora. Só sou capaz de tentar limitar o estrago que já foi feito", disse Fritzl. A promotoria rebateu: "Não deixe que ele os engane, como fez com Elisabeth há 24 anos". Em 1984, o austríaco prendeu sua filha de 18 anos no porão de sua casa. Ele disse a parentes que ela sumira porque tinha aderido a uma seita. Violentando-a em média uma vez a cada três dias, Fritzl teve sete filhos com a vítima. O caso foi descoberto no ano passado, quando ele levou uma das crianças - que nunca tinha visto a luz do dia - ao hospital, levantando suspeitas dos médicos.
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