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Berlusconi afasta aliados acusados de ligação com máfia na Itália

Atualização:

O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi retirou de suas listas eleitorais a candidatura de aliados acusados de corrupção e ligação com a máfia na tentativa de melhorar a imagem de seu partido em meio a escândalos. O ex-vice-ministro da Economia Nicola Cosentino está entre os vários parlamentares retirados da lista de candidatos do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), para as eleições de 24 e 25 de fevereiro. A base política dele fica no território dominado pela Camorra, a máfia napolitana. "Foi uma decisão muito dolorosa", disse Berlusconi ao canal 1 da TV italiana, que lhe pertence. Ele disse que o cancelamento da candidatura de Cosentino foi causado por "promotores politicamente tendenciosos". Cosentino nega qualquer irregularidade e funcionários partidários dizem que ele só teve a candidatura retirada para não dar munição política a rivais. "Essa é uma escolha que não implica um julgamento de que os envolvidos são culpados", disse Fabrizio Cicchitto, líder da bancada do PDL na Câmara. "Continuo acreditando que Nicola Cosentino é inocente e foi alvo de uma campanha extremamente dura da mídia e dos juízes." O político já havia sido forçado a renunciar ao cargo que ocupou no último governo de Berlusconi, em 2011, por causa de um escândalo de tráfico de influência. Desta vez, ele está sendo investigado por uma suposta associação com a Camorra na região de Casal di Principe, próxima a Nápoles. Berlusconi, ele próprio réu em processos nos quais é acusado de fraude fiscal e por contratar uma prostituta menor de idade, tem sido pressionado a "limpar" seu partido. O jornal Corriere della Sera disse que os assessores de Berlusconi têm pesquisas estimando que a retirada de candidatos envolvidos em escândalos pode render até 2 pontos percentuais adicionais na votação do PDL, que vem numa forte recuperação desde o começo do ano. Pesquisa do instituto SWG na semana passada mostrou que a aliança do PDL com o partido regional Liga Norte tinha 27,2 por cento das intenções de voto, ainda atrás do bloco de centro-esquerda liderado por Pier Luigi Bersani, com 33 por cento. (Reportagem de James Mackenzie)

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