ROMA- O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, garantiu neste domingo, 26, ao sacerdote Pierino Gelmini que governará os dois anos e meio que ainda restam de seu mandato, "já que ainda temos os números na Câmara dos Deputados".
O premiê ressaltou que tem "a certeza" de poder governar, ao contar com os "números" (deputados) na Câmara Baixa, apesar dos seguidores de seu ex-aliado e cofundador do Partido Povo da Liberdade (PDL), Gianfranco Fini, terem abandonado a coalizão do governo.
Fini criou a legenda Futuro e Liberdade (FLI), e a coalizão governamental perdeu a maioria absoluta com sua saída.
No entanto, no último dia 14, a decisão de três deputados do FLI de não seguir a disciplina de voto permitiu que a Câmara dos Deputados rechaçasse duas moções contra Berlusconi. Além desses três legisladores, o premiê está convencido de que em breve conseguirá acordos com outros grupos centristas.
"Temos enfrentado dificuldades, mas as superamos. Se em 14 de dezembro o governo não tivesse evitado por três votos a moção de censura, teríamos desembocado em uma situação muito grave para o país", disse Berlusconi na conversa com Gelmini.
"Em um momento de crise global, não ter governo e estar envolvido em uma campanha eleitoral muito dura teria atraído a mira da especulação internacional", continuou o primeiro-ministro.
Berlusconi também se queixou de ser "a primeira vítima da difamação" na Itália e que o acusaram "de tudo, desde atentados a pertencer à máfia".
"Não há nada do que não me tenham acusado (...). Você me entende, porque você também é uma vítima", disse o líder italiano ao sacerdote.
Gelmini, de 85 anos, será julgado por supostamente ter violento dez jovens quando estavam alojados em um de seus centros de reabilitação para viciados.
O sacerdote sempre defendeu sua inocência e insiste que agiu de forma correta com todas as pessoas que receberam ajuda em seus centros.