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Berlusconi não vai a audiência sobre corrupção

Advogado diz que premiê só aparecerá no julgamento quando houver fatos relevantes

Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não compareceu nesta sexta-feira, 15, a uma audiência no processo em que é acusado de ter subornado um advogado britânico para que mentisse em seu testemunho. A presença de Berlusconi, porém, não estava prevista na audiência de caráter técnico, disse seu advogado Niccolo Ghedini.Segundo Ghedini, o primeiro-ministro comparecerá quando houver fatos relevantes, a partir do próximo mês. Os promotores acusam Berlusconi de ordenar o pagamento, em 1997, de 600 mil euros ao advogado David Mills, em troca de seu falso testemunho em dois julgamentos. Tanto Berlusconi quanto Mills negaram qualquer irregularidade. Mills está na segunda e última instância da apelação de sua condenação no caso.Nesta sexta-feira, um tribunal de três magistrados negou um pedido da defesa, argumentando que a parte do processo relativa a Berlusconi deveria começar de novo. O caso está em um tribunal de Milão e foi retomado após a Corte Constitucional italiana anular uma lei que eximia Berlusconi de ser julgando enquanto estiver no poder.Em outro caso, Berlusconi e outros são acusados de pagar demais pelos direitos de exibir filmes americanos na emissora de televisão Mediaset, de propriedade do magnata, e de embolsar a diferença. Os acusados na Itália não precisam comparecer nas audiências. Mas Berlusconi já disse que deseja se defender pessoalmente das acusações.Ao mesmo tempo Ghedini, também membro do Parlamento, defende uma nova lei que reduziria a duração dos julgamentos. Segundo seus detratores, o único objetivo desse projeto é acabar com os processos pendentes.Um magnata dos meios de comunicação que virou político, Berlusconi já sofreu vários processos por negócios vinculados à Mediaset. Sempre foi considerado inocente ou os processos prescreveram. O primeiro-ministro garante ser uma vítima de magistrados com motivações políticas.

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