Berlusconi volta a atacar mídia e diz que sofre difamação

Premiê nega envolvimento com demissão de editor de jornal católico que se demitiu após polêmica com o líder

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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, voltou a atacar os meios de comunicação do país, afirmando que hoje é possível ler "o contrário da realidade". Ao ser indagado sobre o pedido de demissão do diretor do jornal católico Avvenire, que deixou o cargo após se envolver em uma polêmica envolvendo o premiê, Berlusconi disse que ele quem sofre pressão da imprensa italiana.

 

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Dino Boffo, que era editor do jornal, pediu seu afastamento do cargo após afirmar que suas vidas profissional e familiar foram "violentadas" após ataques "bárbaros" do periódico Il Giornale, que pertence à família de Berlusconi. Após ter criticado o premiê italiano por seu suposto envolvimento com mulheres mais jovens em um editorial, Boffo foi alvo de críticas por parte do Il Giornale, que o acusava de ser homossexual e de estar envolvido em um processo por assédio.

 

O premiê Silvio Berlusconi, que nega as acusações de envolvimento com mulheres mais jovens, tentou se distanciar da polêmica com o editor. "Lamento humanamente por ele, mas não tenho nada a ver" com o caso do diretor do diário dos bispos, assegurou Berlusconi. Todos os diários italianos destacaram nesta sexta-feira o pedido de demissão de Dino Boffo, após uma semana de polêmicas com o Il Giornale. "Acredito que podem ler os jornais de hoje, onde está o contrário da realidade", afirmou o premiê. "Pode Itália, com um sistema informativo como esse".

 

As revelações de Il Giornale sobre a homossexualidade de Boffo chegaram depois que o diretor do jornal católico se somasse aos demais meios de comunicação italianos nas críticas sobre a vida privada de Berlusconi. Segundo o diário Corriere della Sera, Berlusconi advertiu aos ministros que o ano que se aproxima "será um ano duro. Estejam preparados porque haverá mais ataques". E ressaltou: "Não tenho nenhuma intenção de entrar em polêmica com a Igreja".

 

Berlusconi depende do apoio dos eleitores católicos, enquanto a Igreja vê no primeiro-ministro um aliado em temas como a eutanásia e o aborto. Boffo, no entanto, é bastante respeitado entre o clero e as acusações contra ele foram interpretadas como ataques indiretos à própria Igreja.

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