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Briga entre Chávez e rei vira disputa política na Espanha

Partidos do governo e de oposição divergem sobre como reagir às acusações de Chávez durante cúpula

Por Agências internacionais
Atualização:

A troca de insultos entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o rei Juan Carlos da Espanha tornou-se um foco de tensão na política interna espanhola nesta segunda-feira, 12, um dia depois de o monarca reagir com um "por que você não se cala?" a provocações proferidas pelo líder bolivariano.   Veja também: Chávez questiona rei da Espanha sobre golpe na Venezuela Durante discurso de premiê espanhol, rei Juan Carlos manda Chávez se calar Chávez chama o rei da Espanha de golpista   Durante o último dia da 17ª Cúpula ibero-americana, no domingo, Chávez chamou o ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar de "fascista", o que provocou a reação inusitada de Juan Carlos.   Nesta segunda, o oposicionista Partido Popular, de Aznar, exigiu a convocação do embaixador espanhol em Caracas. No entanto, o governo - atualmente controlado pelo Partido Socialista Espanhol (PSOE) -, rejeitou a adoção de medidas diplomáticas contra a Venezuela.   "Um governo responsável deve, em primeiro lugar, esgotar todas as vias para evitar os riscos e efeitos negativos que possam ter", disse a secretária espanhola para a América Latina, Trinidad Jiménez. "É importante tentar de acalmar a situação, reconduzir a relação e evitar a escalada de intrigas e ataques", completou.   Segundo a secretária, a Espanha mantém importantes vínculos com a América Latina, e por isso deve "fazer um exercício de contenção, de responsabilidade".   Trinidad procurou ainda colocar um ponto final na polêmica, argumentando que a troca de insultos não "passou de um incidente".   A posição, entretanto, não é unânime dentro do PSOE. Para o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, caso Hugo Chávez realmente deseje boas relações com a Espanha - como alegou - é necessário que "respeite o nosso rei, nosso premiê e nossos ex-premiês".   Oposição   Mas é na oposição liderada pelo PP de onde vem as principais críticas a Chávez. De uma lista de represálias contra Chávez, o partido de Aznar exige, entre outras coisas, que o governo chame o embaixador na Venezuela e que o ministro de Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, compareça ao Congresso para explicar a política externa espanhola.   Em uma coletiva de imprensa na sede do PP, o secretário geral do partido, Angel Acebes, pediu que o governo formule um "protesto enérgico" contra os "insultos e acusações" promovidos pelo presidente venezuelano contra os espanhóis.   "Moratinos deve explicar como o governo se organizou para esta cúpula, que se converteu em um circo anti-espanhol", protestou.

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