
06 de abril de 2013 | 14h20
Em carta aberta ao jornal Times, signatários como o ex-chefe do Exército da Grã-Bretanha disseram haver cerca de 600 intérpretes ajudando tropas britânicas no Afeganistão. Até hoje, cerca de 20 foram mortos em ação e dúzias foram feridos.
Eles afirmaram que a Grã-Bretanha tem uma "obrigação moral" de proteger esses homens, muitos dos quais temem a retaliação de insurgentes do Taliban à medida que os soldados se preparam para uma retirada total do país até o final de 2014.
"O trabalho dos militares britânicos no Afeganistão teria sido impossível sem intérpretes locais, que arriscaram suas vidas e fizeram sacrifícios extraordinários assim como soldados britânicos", diz a carta.
Entre os signatários estão o general Mike Jackson, ex-chefe do Exército da Grã-Bretanha, Paddy Ashdown, um ex-alto representante para a Bósnia-Herzegovina e Michael Clarke, diretor do Instituto Real das Forças Unidas, organização de estudos de defesa.
Eles afirmaram que o sistema atual de lidar com pedidos de asilo de afegãos, na base do caso a caso, é "lento, nada transparente e não oferece garantia de sucesso".
"Após a Guerra do Iraque, a Grã-Bretanha deu asilo a intérpretes iraquianos neste país, mas - vergonhosamente - a Grã-Bretanha é o único país da Otan que ainda não o fez por intérpretes afegãos", declaram.
Todos os nove mil soldados britânicos no Afeganistão devem deixar o país até o final do próximo ano, e quase metade deles deve sair ainda este ano.
O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha disse que foram estabelecidos processos para garantir que os serviços prestados por ex-intérpretes trabalhando com tropas sejam levados em conta quando os indivíduos solicitarem asilo.
"As pessoas que puseram sua vida em risco pela Grã-Bretanha não serão abandonadas", disse um porta-voz.
(Por Natalie Huet)
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