
14 de novembro de 2008 | 08h55
A Câmara dos Deputados da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 14, a prorrogação do mandato presidencial de quatro para seis anos. Com a alteração, que não vale para o atual governo, o primeiro-ministro Vladimir Putin poderia voltar à presidência e permanecer por 12 anos no cargo. A Câmara dos Deputados é dominada pelo partido governista Rússia Unida. A medida deve ainda passar pelo Senado e por uma maioria das legislaturas regionais. O Rússia Unida também domina essas instâncias. Ainda bastante popular no país, Putin não poderia ficar no poder por um terceiro mandato. Ele deixou a presidência em maio, apontando Medvedev como seu sucessor. Com o importante apoio, Medvedev venceu as eleições. Putin então assumiu o cargo de primeiro-ministro. O próprio Putin, porém, negou anteriormente que a alteração no tempo do mandato seja para favorecê-lo, mas que a intenção é fortalecer a democracia no país. O presidente Dmitry Medvedev anunciou na semana passada que buscaria a alteração e enviou a proposta ao Parlamento no início desta semana. As mudanças foram aprovadas por 388 votos a favor e 58 contra. Os parlamentares votaram também a ampliação dos mandatos dos legisladores, de quatro para cinco anos. Alguns analistas especulam que um dos cenários para a volta de Putin incluiria a renúncia de Medvedev, o que deixaria o primeiro-ministro como presidente interino e forçaria a convocação de novas eleições. A tendência é que Putin vença o pleito. Antes da sessão, o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, disse que sua bancada rechaçaria a proposta. "Se nós avaliarmos a abrangência do poder do atual presidente, ele tem mais poder que o secretário-geral (da União Soviética), o czar e o faraó somados", criticou Zyuganov. "Ele tem poder suficiente para tratar de qualquer assunto. E não há um único elemento de controle sobre sua autoridade."
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