Capitão do Costa Concordia se arriscaria em audiência--advogado

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Por HANNA RANTALA
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O capitão do navio de cruzeiro que virou na Itália, matando ao menos 25 pessoas, poderá estar em perigo caso compareça no sábado a uma audiência pré-julgamento sobre o desastre, disse o advogado dele. Os promotores acusam o capitão Francesco Schettino de ter causado o acidente ao aproximar muito o Costa Concordia da ilha de Giglio, no Mediterrâneo, em janeiro, quando a embarcação teve o casco rompido pelas pedras. Ele já foi exposto à condenação e ao ridículo ao redor do mundo. Sete pessoas ainda estão desaparecidas e os mergulhadores buscam os corpos no navio tombado parcialmente submerso. Haverá uma audiência em um teatro da cidade toscana de Grosseto, no sábado, quando juízes questionarão especialistas sobre o naufrágio da embarcação de 114,5 mil toneladas. O advogado Bruno Leporatti disse à Reuters Television em Grosseto que o capitão "é um homem que tem sentimentos, que está magoado com o que aconteceu. Ele sente angústia pelas vítimas, naturalmente, e está atordoada com tudo isso que está acontecendo". Schettino, que viveu três décadas no mar, está em prisão domiciliar em Meta di Sorrento, perto de Nápoles. "O capitão Schettino não comparecerá à audiência pré-julgamento porque não é útil nem ajudará em nada se ele embarcar em uma viagem de 850 quilômetros de onde é mantido sob prisão domiciliar apenas para estar presente, o que será desnecessário e talvez, com esse clima que foi criado em volta dele, também um pouco perigoso para ele", disse Leporatti em uma entrevista esta semana. Schettino enfrenta uma série de acusações, incluindo de múltiplo homicídio culposo e de abandonar o navio antes da retirada dos mais de 4.200 passageiros e tripulantes. O primeiro oficial Ciro Ambrosio e outros sete oficiais do navio, além de executivos da empresa proprietária do cruzeiro, a Costa Cruises, também estão sob investigação. A audiência ocorrerá depois que 627 passageiros desembarcaram em Seichelles na quinta-feira de outro navio Costa, o Costa Allegra, que teve de ser rebocado durante três dias por um barco de pesca francês no Oceano Índico após um incêndio danificar os motores da embarcação.

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