DUBLIN - O primaz da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady, pediu perdão nesta quarta-feira, 17 por ter escondido os abusos contra menores cometidos por um padre pedófilo nos anos 1970.
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O primaz, que sendo sacerdote em 1975 participou da reunião em que se pediu que as duas crianças sexualmente abusadas pelo padre Brendan Smyth fizessem um voto de silêncio, também deu a entender que refletirá sobre seu futuro.
"Esta semana, me vi confrontado com um episódio doloroso do meu passado. Ouvi a reação das pessoas a respeito do meu trabalho em eventos ocorridos há 35 anos", afirmou o cardeal. "Quero dizer a qualquer um que tenha sido machucado pela minha falha que peço desculpas de todo o coração. Também peço perdão a todos os que sentem decepcionados", acrescentou.
Brady admitiu que foi hipócrita e que não agiu de acordo com os preceitos da Igreja. "Olhando para trás, me envergonho, já que nem sempre defendi os valores que professo e nos quais acredito", destacou o cardeal.
As declarações do primaz da Igreja irlandesa coincidiram com o anúncio feito pelo papa Bento XVI de que em 19 de março assinará e enviará aos católicos irlandeses a prometida carta com todas as iniciativas adotadas para fazer frente aos inúmeros casos de abusos sexuais de padres contra crianças.
Recentemente, organizações de vítimas de abusos cometidos por sacerdotes pediram a renúncia de Brady por ele ter escondido a violência sexual de um padre pedófilo. As acusações se remontam a 1975, quando Brady foi encarregado de investigar dois casos de abusos cometidos por Smyth, detido em 1994 e preso posteriormente por agredir sexualmente 20 menores ao longo de mais de 40 anos.