Casa noturna tinha rastros da substância que matou Litvinenko

Relatório mostra que polônio-210 foi achado também em um restaurante, no carro do ex-agente e em um táxi

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Por Efe
Atualização:

Um clube de "striptease" de Londres foi um dos lugares onde foram encontrados vestígios de polônio-210, a substância radioativa tóxica que em 2006 matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko, segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira, 17, em Londres.   O local é um dos quatro lugares contaminados por essa substância que não haviam sido divulgados até agora, junto a um restaurante marroquino da capital, o automóvel de Litvinenko e um táxi londrino.   Esse dado está em um relatório publicado pelas autoridades do bairro de Westminster (centro de Londres) sobre o custo do "caso Litvinenko" para a Polícia e a Agência de Proteção da Saúde (HPA), cifrado em 3 milhões de libras (R$ 12 milhões).   O documento afirma que os especialistas encontraram vestígios de polônio-210 em assentos de um clube de "striptease" situado no centro da capital e freqüentado por executivos russos.   Segundo a HPA, 47 lugares - incluindo oito aviões, oito hotéis, cinco ônibus e sete restaurantes - foram inspecionados como parte de uma investigação que começou em 26 de novembro de 2006, três dias depois da morte de Litvinenko.   Em 27 lugares, as provas deram positivo para polônio 210, entre eles os quatro locais mencionados.   Caso Litvinenko   Litvinenko, ex-espião dos serviços secretos russos refugiado no Reino Unido, morreu no hospital University College de Londres.   O ex-espião adoeceu repentinamente em 1º de novembro de 2006, depois de se reunir com dois compatriotas, Andrei Lugovoi e Dmitry Kovtun, no hotel Millennium de Londres, onde tomou uma xícara de chá.   O teste em várias pessoas que trabalhavam nesse hotel deu positivo para radiação.   O Governo do Reino Unido pediu à Rússia a extradição de Lugovoi - também ex-agente secreto - como suspeito do crime, apesar de Moscou sustentar que a Constituição russa proíbe expressamente a extradição de cidadãos do país.   Em carta póstuma, Litvinenko disse que o Kremlin estava por trás de seu assassinato por ter acusado os serviços secretos russos de causar uma série de explosões em um edifício de Moscou em 1999 para ajudar Vladimir Putin a chegar à Presidência.

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