Chanceler fracassa em 2º turno para presidência da Turquia

Candidato pró-islâmico não alcança votos suficientes e disputará o terceiro turno das eleições no país

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Por Associated Press e Efe
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Abdullah Gul, não conseguiu votos suficientes no Parlamento para tornar-se presidente do país no segundo dos três turnos previstos de eleição. O candidato do governo obteve 337 votos na sessão desta sexta, 30 abaixo do suficiente para alcançar os dois terços necessários para eleger-se. Na segunda rodada, Gül obteve quatro votos a menos que na primeira e, por isso, o AKP pediu para contar duas vezes os votos antes de aceitar o resultado. O candidato do ultranacionalista Partido da Ação Nacionalista (MHP), Sebahattin Çakmakoglu, conquistou 71 votos, enquanto Tayfun Içli, do Partido da Esquerda Democrática (DSP), obteve 14 apoios de seu próprio partido. A votação teve 24 votos em branco, entre eles 23 dos deputados do pró-curdo Partido da Sociedade Democrática (DTP). No total, 446 deputados participaram da votação, já que os parlamentares do Partido Republicano do Povo (CHP) boicotaram a eleição Acredita-se que Gul, um muçulmano devoto, será declarado vencedor do processo eleitoral somente no terceiro turno, marcado para o dia 28, meses depois ter sua eleição bloqueada em meio a temores de que ele usaria a posição para enfraquecer o caráter laico do Estado. Nos primeiro e segundo turnos, a vitória só é garantida se um candidato obtiver dois terços dos votos no Parlamento. O terceiro turno requer somente maioria simples. O Exército e os partidos seculares temem que o governo de raízes islâmicas aproveite o controle sobre o Parlamento e a presidência para interferir na separação entre Estado e religião e nomear religiosos para cargos no primeiro escalão do governo.

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