PUBLICIDADE

Charge do 'Charlie Hebdo' satirizando vítimas de terremoto causa revolta entre italianos

Publicação traz comparação dos feridos com pratos da culinária do país; França diz que jornal não representa opinião do país

Atualização:
Charge do 'Charlie Hebdo' nesta sexta Foto:

O jornal satírico francês Charlie Hebdo provocou uma reação entre os italianos nesta sexta-feira, 2, após publicar uma charge em que satiriza vítimas do terremoto que deixou quase 300 mortos no país.  O assunto ficou entre os assuntos mais comentados em redes sociais como o Twitter durante o dia, com a maioria dos internautas condenando a brincadeira diante da tragédia.

PUBLICIDADE

A charge traz vítimas do terremoto que atingiu a região central da Itália, numa comparação com pratos típicos da culinária do país. Dois homens bastante machucados aparecem como "penne ao molho de tomate" e "penne gratinado". A terceira ilustração, a mais forte, compara partes do corpo de pessoas soterradas pelos escombros a um prato de lasanha.

Muitos internautas reagiram à publicação, dizendo que a sátira não seria "liberdade de expressão", mas uma "ofensa" ao povo italiano. Outros fizeram questão de lembrar a campanha "Je Suis Charlie", que ganhou as redes sociais no começo de 2015, quando o jornal foi alvo de um ataque terrorista, após publicar charges com a figura do profeta Maomé, sagrada na religião muçulmana.

Mais tarde, o Chalie Hebdo publicou uma nova charge na sua página do Facebook, continuando a polêmica com os italianos. A publicação diz, em tradução livre: "Italianos, não foi a Charlie Hebdo que construiu suas casas, foi a máfia" e traz uma imagem de devastação pós-terromoto.

Diante da polêmica, a embaixada da França na Itália publicou uma nota dizendo que a publicação do jornal não representa a posição do país. A nota diz ainda que a França se solidariza com as vítimas do terremoto.

Terror. Em janeiro de 2015, 12 pessoas morreram em um atentado terrorista contra a sede do jornal satírico. Homens armados invadiram a redação, em Paris, durante a reunião de pauta, quando todos os jornalistas trabalhavam. Todos os principais chargistas do veiculo, Charb, Cabu, Wolinsk e Tignous, foram assassinados. Veja reação de internautas:  

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.