Chefe da polícia nega que renunciará por caso Jean Charles

Mesmo responsável pelo incidente, Ian Blair recusa pedidos da oposição britânica para deixar o cargo

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Por Efe
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O comissário-chefe da Scotland Yard, Ian Blair, reiterou nesta quarta-feira, 7, que não pretende renunciar ao cargo por conta da responsabilidade na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, apesar dos pedidos feitos pela oposição britânica.   Ao comparecer à Assembléia da Prefeitura de Londres para responder a perguntas sobre o caso, Blair disse que o importante é prosseguir com seu trabalho para melhorar o serviço da Polícia Metropolitana.   "No que diz respeito a mim, tenho que continuar com meu trabalho e o que vou fazer é continuar com a reforma (da Polícia), melhorar e apoiar a Met" (apelido da Scotland Yard), declarou.   Ian Blair disse na Assembléia que sempre se desculpou pela morte de Jean Charles, todas as vezes em que falou em público sobre o caso, ao mesmo tempo em que expressou "apoio absoluto" aos agentes que participaram do incidente.   A Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC, sigla em inglês) deve divulgar nesta quinta-feira o seu relatório sobre o fato.   A ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, reiterou nesta quarta o seu pleno apoio a Ian Blair, mas os políticos da oposição - conservadores e liberal-democratas - pediram a exoneração do comissário depois que a Scotland Yard foi declarada culpada por descumprir uma legislação sobre segurança no trabalho, que obriga a polícia a zelar pela segurança de quem não é seu funcionário.   O eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, de 27 anos, foi morto a tiros na estação de metrô de Stockwell (zona sul de Londres) no dia 22 de julho de 2005, quando policiais o confundiram com um terrorista. Ele chegou a receber oito tiros, sete na cabeça e um no ombro.   Smith disse aos jornalistas que a morte do brasileiro ocorreu no contexto dos atentados de 7 de julho de 2005. "Acho que como políticos responsáveis deveríamos apoiar quem está à frente de nossa luta contra o terrorismo. O ponto importante aqui é que sir Ian lidera a organização que é responsável por levar adiante nosso trabalho contra o terrorismo", acrescentou a ministra.

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