Chirac é investigado por desvio de verbas da prefeitura de Paris

Ex-presidente francês deve responder por esquema de empregos fantasmas para financiar campanha política

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Por Agências internacionais
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Um juiz francês determinou a abertura de uma investigação formal contra o ex-presidente Jacques Chirac devido a suspeitas de apropriação indevida de verbas públicas durante o período em que o político comandou a Prefeitura de Paris, afirmou nesta quarta-feira, 21, um advogado de Chirac.   Chirac é suspeito em vários casos de corrupção   O caso remete a um esquema em que simpatizantes do ex-prefeito da capital francesa recebiam salários da prefeitura sem trabalhar para a mesma.   O ex-presidente, que perdeu sua imunidade um mês após deixar o comando o país, em maio, negou por diversas vezes a prática de qualquer irregularidade enquanto ocupou o cargo de prefeito da capital francesa, entre 1977 e 1995.   A utilização da termologia "investigação formal" significa que o juiz acredita haver evidências suficientes para conduzir uma investigação mais exaustiva, o que pode levar - ou não - à abertura de um processo.   Chirac, de 74 anos, é o primeiro ex-presidente da história moderna da França a ser investigado por magistrados.   A investigação - um dos vários casos em que Chirac é suspeito - remete a suspeitas de que durante o mandato de Chirac mais de 40 pessoas receberam salários da Prefeitura de Paris sem estarem empregados. Ainda segundo as suspeitas, os beneficiados seriam membros do partido de Chirac.   Segundo a imprensa francesa, ao menos 21 pessoas já estão sendo investigadas no caso.   Em julho, o ex-presidente foi interrogado em meio a um outro caso, envolvendo supostos cargos falsos.   Os quatro chefes de gabinete da Prefeitura no período que vai de 1983 a 1995 já foram colocados sob investigação oficial devido às acusações.   Defesa   Em uma coluna de jornal publicada nesta quarta-feira, Chirac defendeu-se argumentando que havia contratado "homens e mulheres de talento" durante seu mandato como prefeito a fim de aconselhá-lo e ajudá-lo nos esforços para revitalizar a capital francesa.   "Eu desejei ou autorizei esses recrutamentos porque eles eram tanto legítimos quanto necessários", disse no artigo publicado pelo jornal Le Monde.

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