22 de outubro de 2012 | 18h17
Os sete réus são parte da Comissão Nacional para a Previsão e Prevenção de Grandes Riscos e foram acusados de negligência e incompetência na avaliação dos riscos e na difusão das informações.
Organismos científicos internacionais criticaram o processo contra os cientistas, argumentando que o risco judicial pode demover os cientistas de assessorar governos ou mesmo de trabalhar em campos como sismologia e avaliação de riscos sísmicos.
"A questão aqui é da falha de comunicação na ciência e não deveríamos colocar na prisão cientistas responsáveis, que deram informações mensuradas e cientificamente precisas", disse Richard Walters, do Departamento de Ciências de Terra, da Universidade de Oxford.
Os técnicos do governo foram acusados de transmitirem às autoridades uma avaliação excessivamente tranquilizadora sobre a situação geológica de L'Aquila, cidade com muitos edifícios antigos e frágeis e que já havia sido parcialmente destruída por três terremotos ao longo dos séculos.
O tremor de magnitude 6,3, ocorrido às 15h32 de 6 de abril de 2009, destruiu dezenas de milhares de construções na cidade, que fica na região italiana de Abruzzo, e deixou 308 mortos e mais de mil feridos.
Promotores dizem que tremores de baixa intensidade nos meses anteriores deveriam ter servido de alerta para os cientistas.
(Reportagem adicional de Cristiano Corvino e Kate Kelland, em Londres)
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