Clegg acena para possível coalizão com conservadores no Reino Unido

Liberal democrata contestou convenção que dá ao atual premiê privilégio de buscar alianças

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LONDRES - O líder do partido liberal democrata do Reino Unido, Nick Clegg, deu sinais nesta segunda-feira, 26, de que conversaria primeiro com os conservadores para formar uma coalizão de governo caso os trabalhistas sejam apenas o terceiro partido mais numeroso no Parlamento. A decisão de Clegg dificulta uma possível permanência do trabalhista Gordon Brown no poder, já que este não teria apoio o suficiente para manter-se no cargo, segundo o jornal britânico The Guardian.

 

 

Em entrevista concedida à rede de notícias BBC, Clegg afirmou que seu partido descartou enfaticamente uma coalizão com os trabalhistas caso nenhum partido obtenha a maioria dos assentos no Parlamento. Clegg afirmou ainda que seria mais palatável apoiar um governo que tivesse mais votos na contagem geral e o maior número de deputados eleitos - mesmo que não a maioria absoluta de 326 parlamentares. Atualmente, as projeções apontam a maioria da Casa dos Comuns para os Conservadores, liderados pro David Cameron.

 

Os trabalhistas disseram que Clegg se enganou ao dizer que apoiará quem tiver a maioria no Parlamento e disseram que o líder liberal democrata foi "arrogante e está olhando apenas para seus próprios interesses" assumindo tal postura.

 

Peter Mandelson, um dos líderes dos trabalhistas, alertou aos eleitores que "aqueles que flertarem com Clegg acabarão casados com Cameron". Segundo ele, Clegg "deixou clara sua hostilidade contra os trabalhistas e seu desejo de formar uma coalizão com os conservadores".

 

Os liberais democratas insistem que as declarações de Clegg foram mal interpretadas e que ele estava apenas rejeitando a convenção constitucional de que o primeiro-ministro sempre tem o direito de formar uma coalizão para manter o poder.

 

As eleições do Reino Unido ocorrem no dia 6 de maio. Atualmente, os trabalhistas governam com maioria absoluta no Parlamento, mas as projeções indicam que os conservadores devem se tornar o partido mais numeroso na Casa dos Comuns e os liberais democratas podem ser o segundo maior grupo no Parlamento.

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