ESTOCOLMO- A aliança de centro-direita do primeiro-ministro conservador, Frederik Reinfeldt, conseguiu se reeleger nas eleições legislativas suecas, realizadas neste domingo, 19, mas perdeu a maioria absoluta devido a entrada da ultradireita no Parlamento. 90% dos votos já foram apurados.
A coalizão governista de conservadores, liberais, democratas cristãos e centristas obteve 49,3% dos votos, e deve ficar com 173 deputados dos 349 do Riksdagen (Parlamento), menos dos 175 necessários para formar uma maioria absoluta.
A coalizão de esquerda liderada pelo Partido Social Democrata e formada pelo Partido da Esquerda e o do Meio Ambiente obteve 43,5% dos votos, ficando com 156 cadeiras, e o partido ultradireitista Democratas da Suécia, 5,8%, com 20 cadeiras.
Com esse resultado, o Democratas da Suécia será o fiel da balança, mas sua influência pode ser minimizada pela negativa das coalizões a fazer acordo com a ultradireita. Assim, há possibilidade de que haja acordos pontuais com o rompimento dos blocos.
A ultradireita teve uma rápida passagem de três anos no Parlamento no início da década de 1990, representada então pela formação Nova Democracia.
O líder do Democratas da Suécia, Jimmie Åkesson, disse a seus partidários que o partido escreveu hoje a "história política", apesar da "censura e do boicote dos meios", e destacou que tem quatro anos para influenciar a política sueca.
Nenhum governo de centro-direita conseguiu ser reeleito em um país dominado pelos sociais democratas de esquerda desde os anos 30.
A coalizão de Reinfeldt expulsou os sociais democratas do poder em 2006 e manteve suas promessas de reduzir impostos e também os benefícios. A economia sueca, amparada na exportação, deve crescer mais de 4% este ano enquanto seu orçamento para 2010 deve ser um dos menores da União Europeia.
Depois de dominar a política sueca por décadas, os sociais democratas caíram para um recorde de baixa de 35% de participação na eleição anterior e foram forçados a se unir com os partidos Verde e outros de esquerda pequenos para terem chance de retomar o poder.
A autoridade eleitoral informou que um recorde de 2,2 milhões de suecos votaram antecipadamente antes da eleição de domingo, sugerindo um comparecimento elevado. Existem 7,1 milhões de eleitores registrados na Suécia.