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Comandante militar turco minimiza tensão com o novo presidente

Por EMMA ROSS-THOMAS
Atualização:

O chefe das poderosas Forças Armadas turcas tentou na quinta-feira minimizar as especulações de que ele estaria esnobando o novo presidente do país, Abdullah Gul, devido ao passado dele na militância política islâmica. Gul foi eleito presidente na terça-feira, contrariando a vontade dos militares e da elite laica, que durante meses tentaram impedir o ex-chanceler de se tornar chefe de Estado e comandante-chefe das Forças Armadas. O chefe do Estado-Maior, Yasar Buyukanit, e seus principais generais não participaram da posse de Gul, na própria terça-feira, e na quarta não seguiram o protocolo no cumprimento ao presidente durante uma cerimônia de formação de cadetes. "Não atribuam significado especial [ao evento de quarta-feira]", disse Buyukanit a jornalistas em Ancara, segundo relato da CNN Turk. A violação do protocolo consistiu em chamar Gul de "senhor presidente", em vez da forma usual, "meu presidente", e em sentar-se antes que o chefe de Estado estivesse acomodado. Os militares turcos são conhecidos pela importância que dão ao protocolo, e o tratamento dado a Gul repercutiu na imprensa. "Não quero falar nisso. Temos nossos valores e nos comportamos segundo eles. Não é correto dizer isso mil vezes, pois então o país fica nervoso", disse Buyukanit segundo a agência estatal de notícias Anatolian. O colunista laico Bekir Coskun, do jornal Hurriyet, disse num debate na TV que essa foi "uma das mais fortes reações de comandantes na história da República, é um fato que passará aos livros de história".

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