31 de janeiro de 2010 | 09h43
Um antigo diplomata britânico acusou o ex-primeiro ministro Tony Blair de "manipulação" por atribuir o desastre pós-guerra do Iraque a atitudes do regime iraniano e da organização terrorista Al-Qaeda.
Segundo Richard Dalton, ex-embaixador britânico no Irã e atual membro do Instituto de Relações Internacionais, os futuros líderes deveriam mostrar maior integridade que o ex-líder trabalhista em temas que afetam a segurança mundial.
"Creio que sua descrição do que ocorreu no Iraque durante todo esse tempo foi uma manipulação pura e simples", critica Dalton, citado nesta domingo, 31, pelo jornal Sunday Telegraph, a respeito do depoimento que Blair prestou na sexta-feira, 29, para a comissão que investiga a guerra do Iraque.
Blair responsabilizou diretamente o Irã e a Al-Qaeda pelo caos e a violência em que afundou o país árabe após a invasão anglo-americana, sem reconhecer sua própria responsabilidade ou dos americanos pela falta de planejamento para a pós-guerra iraquiana.
O ex-primeiro ministro britânico aproveitou seu depoimento em frente das câmeras para sinalizar que muitos dos argumentos que o fizeram tomar a decisão de atacar o Iraque podem se aplicar hoje ao Irã, o que pareceu a muitos observadores um estímulo para que esse país seja invadido se não alterar seu comportamento.
Um dos argumentos utilizados por Blair para justificar a invasão foi a de que o Iraque poderia estar hoje em uma corrida armamentista nuclear com o Irã se o ditador iraquiano Sadam Husein não tivesse sido eliminado a tempo.
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