Atualizado às 12h44.
LONDRES - A empresa Carnival Corp., dona do navio de cruzeiro Costa Concordia que naufragou no fim de semana no litoral da Itália, disse nesta segunda-feira, 16, que deve ter um prejuízo em torno de 93 milhões de dólares só pela não utilização da embarcação nos próximos meses.
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O grupo disse estar prestando essa informação por causa de regras relacionadas à transparência financeira, e que outros prejuízos ainda não podem ser estimados. "A embarcação deve ficar fora de serviço pelo restante do atual ano fiscal, se não mais", disse a empresa em comunicado. ""Para o ano fiscal que termina em 30 de novembro, o impacto para os lucros de 2012 em decorrência da perda do uso é previsto em aproximadamente 85 a 95 milhões de dólares, ou 0,11 a 0,12 dólar por ação." A empresa disse que o seguro da embarcação deve cobrir cerca de 30 milhões de dólares. "A esta altura, nossa prioridade é a segurança dos nossos passageiros e tripulantes", disse Mickey Arison, presidente e executivo-chefe da Carnival Corporation. "Estamos profundamente entristecidos por esse trágico evento, e nossos corações estão com todos os afetados pelo naufrágio do Costa Concordia, e especialmente com os familiares e entes queridos dos que perderam suas vidas." A Carnival Corp. é a empresa controladora da Costa Cruzeiros.
Prejuízos
Luigi Foschi, presidente da empresa administradora do navio, disse, em coletiva de imprensa que, além do prejuízo com a não utilização da embarcação nos próximos meses, ainda deverão ser avaliados os danos relativos a seguros.
Os mais de 4 mil passageiros do navio poderão pedir o ressarcimento de todos os prejuízos, incluindo o preço da passagem, os danos derivados da perda das bagagens, o reembolso das despesas tidas com o retorno antecipado a suas casas e os danos derivados pela morte ou por lesões causadas pelo acidente.
Comandante preso
O procurador-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, declarou nesta segunda-feira, 16, que o comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, foi detido preventivamente porque a Justiça temia que ele fugisse.
"Optamos pela detenção, seguindo nossa hipótese relativa a um possível perigo de fuga do comandante, porque, navegando há muitos anos, já passou por vários pontos do mundo e poderia fugir", explicou o procurador.
Ele também afirmou que a suspeita de que Schettino tenha sido o responsável pelo naufrágio do cruzeiro "está encontrando confirmações nas primeiras investigações das forças de ordem e das autoridades marítimas".
Segundo o procurador, as investigações confirmaram que o comandante, no momento do impacto com as rochas, estava no leme da embarcação.
Schettino deve ser ouvido em uma audiência com um juiz de instrução entre amanhã e quarta-feira.
Com informações da ANSA.