Os italianos foram às urnas neste domingo em eleições locais que serão o primeiro teste concreto da resistência às políticas de austeridade cada vez mais impopulares do primeiro-ministro, Mario Monti, desde que ele assumiu o cargo no ano passado.
Monti não concorre a nada, mas para os dois principais partidos que dão apoio ao governo tecnocrata dele no Parlamento o voto será também o termômetro mais importante antes das eleições nacionais, no ano que vem.
Tanto o partido de centro-direito PDL quanto o de centro-esquerda PF enfrentam um eleitorado cada vez mais cético e ressentido com o aumento dos impostos pelo governo de Monti.
"Quando eu ando por aí, há a impressão de que a única resposta que o governo tem à crise é taxar as pessoas que não têm nada a ver com a origem dela", disse Giuseppe Del Pennino, coordenador do Italia Popolare, um pequeno partido de centro-esquerda na cidade de Acerra, perto de Nápoles.
"Haverá mais abstenção, e isso principalmente por causa das políticas nacionais", disse ele. A campanha se encerrou na semana passada.
As pesquisas de opinião dão suporte a essa visão. A realizada pelo instituto SWG na sexta-feira mostrou que mais de 38 por cento estavam indecisos ou prontos para se abster do voto.
O PD se mostrou com uma pequena vantagem sobre o PDL. Em terceiro lugar está o movimento 5 Star, do comediante Beppe Grillo, a favor de a Itália deixar o euro e dar calote na dívida.
As urnas abriram às 8h locais (3h de Brasília) e fecharão às 15h de segunda-feira. Os resultados preliminarem devem sair logo depois do encerramento.
(Por James Mackenzie)