07 de janeiro de 2014 | 21h15
Alguns dos agentes, entre os quais membros de unidades de combate ao terrorismo, contrabando, crime organizado e financeiro, foram transferidos para serviços relacionados ao trânsito, de acordo com as notícias. A polícia de Ancara, principal foco da ação, não quis comentar o assunto.
Apesar das demissões, que incluem comandantes em altos postos, a polícia e promotores prosseguiram com as prisões, que nesta terça-feira tiveram como alvo a companhia ferroviária estatal e um porto.
Erdogan enfrenta o maior desafio de seus 11 anos de governo, período em que o Exército foi afastado da política, a economia floresceu e a Turquia ampliou seu papel no Oriente Médio.
Ele define as investidas da Justiça e da polícia, e também as prisões, como um "complô sujo" de um clérigo islâmico. O religioso não apoia nenhum partido político, mas exerce, na surdina, ampla influência na polícia e no Judiciário.
O escândalo de corrupção está abalando a confiança dos investidores na Turquia num momento em que a moeda do país, a lira, está com sua cotação atingindo níveis recordes de baixa, a inflação está subindo e o crescimento está mais lento.
Além do fato de ter sua raiz ideológica no islamismo, o apoio ao governista partido AK tem se baseado em seu compromisso de luta contra a corrupção e no desempenho da economia.
A incerteza provocada pelo escândalo poderia minar o crescimento econômico no curto prazo, disse o ministro das Finanças, Mehmet Simsek, enquanto a agência de classificação de risco Fitch alertava nesta terça-feira que uma crise prolongada poderia enfraquecer a credibilidade da Turquia.
Os detalhes das acusações de corrupção não foram divulgados ao público, mas se acredita que estejam relacionados a projetos estatais de construção e ao setor imobiliário, além do comércio de ouro da Turquia com o Irã, segundo informações da imprensa turca, que cita documentos da promotoria.
Empresários conhecidos, filhos de três ministros e autoridades do Estado estão entre as pessoas detidas para interrogatório. Das dezenas de interrogados, a maioria foi solta. Permanecem detidas sob custódia 24 pessoas, incluindo dois dos filhos de ministros, segundo a mídia local.
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