Espanha ajudará proprietários pobres prestes a ser despejados

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Por SONYA DOWSETT
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A Espanha aprovou nesta quinta-feira um decreto para ajudar as famílias mais necessitadas a enfrentar o despejo durante a crise econômica nacional, respondendo assim à indignação no país depois que uma proprietária de um imóvel se suicidou quando oficiais de Justiça chegaram para tomar sua casa. O governo anunciou que os despejos serão suspensos por dois anos para proprietários cujas famílias incluam crianças pequenas, pessoas incapacitadas e desempregados há muito tempo e sem condições de pagar as prestações das hipotecas. "Esta é uma resposta emergencial para mitigar os efeitos da pior das crises econômicas", disse a vice-primeiro-ministra Soraya Sáenz de Santamaria. O governo vai elevar a quantidade de habitações sociais disponíveis, com aluguel baixo, para pessoas que perderam suas casas, disse ela em entrevista à imprensa. O alívio nas hipotecas será concedido somente a pessoas com renda inferior a 19.200 euros (24.400 dólares) por ano. Bancos, incluindo muitos que estão para receber os primeiros fundos de um pacote de resgate europeu no valor de 100 bilhões de euros, retomaram quase 400 mil propriedades, entre as quais edifícios comerciais, desde que o mercado imobiliário entrou em colapso em 2008. Mas o suicídio na sexta-feira de Amaia Egana, de 53 anos --que saltou de seu apartamento no quarto andar, no País Basco, norte da Espanha, quando estava para ser despejada--, alçou o tema ao topo da agenda política. Os despejos se tornaram cada vez mais comuns na Espanha em recessão, onde a taxa de desemprego, de 25 por cento, conjugada a um corte drástico nas despesas do governo afetou profundamente as pessoas menos favorecidas no país. Muitos proprietários não podem mais pagar as prestações de suas residências porque perderam seus empregos ou negócios.

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