Espanha computa prejuízos com greve de controladores de voo

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A paralisação de 24 horas dos controladores de voo na Espanha custou aos setores aéreo e de turismo centenas de milhões de euros, e o custo político para o governo já impopular pode ser ainda maior. O movimento dos controladores na sexta-feira paralisou aeroportos e deixou centenas de milhares de viajantes encalhados depois que o governo aprovou novas regras de regulação de seus horários de trabalho e também acertou a venda parcial da autoridade aeroportuária AENA. Não há estimativas oficiais, mas jornais locais dizem que a greve pode ter custado à indústria de turismo até 350 milhões de euros. Para as companhias aéreas, as perdas podem superar os 100 milhões de euros. "É muito cedo para determinar o custo da paralisação", afirmou um porta-voz da AENA no domingo. Para por fim ao movimento, o primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero declarou o primeiro estado de emergência desde o fim da ditadura do general Francisco Franco em 1975. A imagem de soldados assumindo o controle das torres serão um embaraço para Zapatero, apenas dias depois de ele ter anunciado planos para levantar cerca de 9 bilhões de euros com a venda de 49 por cento da AENA. Vários controladores de voo disseram que foram conduzidos de volta ao trabalho por policiais armados e que sofreram ameaças de prisão caso não retomassem suas funções. Se até a oposição está hesitante em criticar os socialistas pela forma como lidaram com a greve, ela fará pouco para mudar a percepção de um governo fraco, que só age quando sob extrema pressão. Altas de impostos, cortes de gastos e propostas de reformas abalaram o apoio popular aos socialistas. A última pesquisa de opinião mostrou que esse apoio caiu ao menor patamar da era democrática moderna.

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