
19 de janeiro de 2008 | 06h53
A Guarda Civil espanhola deteve em Barcelona 14 pessoas supostamente vinculadas com o terrorismo, em uma investigação desenvolvida junto com o Centro Nacional de Inteligência (CNI), informaram fontes do Ministério do Interior. De acordo com o ministro do Interior, Alfredo Perez Rubalcaba, as investigações dos serviços de inteligência apontam que os detidos pretendiam promover um ataque terrorista em Barcelona. Entre os 14 presos, 12 paquistaneses e dois indianos muçulmanos. O ministro afirmou que foram encontrados quatro temporizadores. Cinco casas foram vasculhadas. O primeiro-ministro Jose Luiz Zapatero disse que as investigações continuam. As forças de segurança ainda farão análises químicas e examinarão celulares e computadores apreendidos. "Encontramos o que está aí e agora estamos analisando", destacou Rubalcaba neste sábado, 19, em entrevista coletiva, onde se mostrou cauteloso quanto às intenções e ao grau de preparação dos detidos até a conclusão dos trabalhos das forças de segurança. A única informação confirmada até o momento pelas forças de segurança é de que esse grupo estava "um passo além da radicalização ideológica", se comparado com detidos em outras operações policiais realizadas nos últimos anos, que tinham a ver mais com o financiamento e o aliciamento de pessoas. "O grupo estava se abastecendo de material que poderia fazer parte de explosivos e seus integrantes já estavam em atividade", disse. Os detidos, que antes de serem presos se reuniam em lugares diferentes e que ainda não se sabe se mantinham contatos com grupos radicais islâmicos, estariam estudando meios de fabricarem explosivos e, portanto, segundo o ministro, "eventualmente realizar atentados violentos". "Quando alguém possui temporizadores em casa, não há dúvidas de que se está estudando meios de executar atos violentos", disse o ministro, que destacou que por enquanto não há dados que permitam concluir que os detidos planejavam um atentado iminente. "Não temos como confirmar isso, nem onde seriam executados ou se o ataque era iminente", ressaltou o ministro. O ministro lembrou que a Espanha aparece como alvo nos comunicados da Al Qaeda, assim como outros países europeus, e afirmou que para combater esta ameaça as forças de segurança ficam em alerta permanentemente, o que permitiu a realização de operações como a das últimas horas. Após o anúncio das prisões, o país elevou seu alerta de segurança. O pior ataque terrorista na Europa aconteceu em Madri, em 11 de março de 2004, quando bombas explodiram em trens durante o horário de pico na estação Atocha. O ataque matou 191 pessoas e feriu mais de 1.800. Os 21 terroristas envolvidos na ação foram condenados. Desde os ataques de 11 de Setembro em Nova York e Washington, a polícia espanhola prendeu centenas de suspeitos de terrorismo, muitos deles envolvidos com o ataque em Madri.Recentemente, a Polícia direcionou suas investigações em células terroristas que recrutam simpatizantes e homens-bomba e arrecadam dinheiro para financiar grupos ligados à Al-Qaeda. A autoria do ataque em Madri foi assumido por militantes muçulmanos que disseram agir em nome da Al-Qaeda como resposta à participação da Espanha na ocupação do Iraque. No entanto, a Justiça espanhola não encontrou evidências da relação entre o grupo de Osama bin Laden e os terroristas que atentaram contra os trens de Madri.
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