O governo da Espanha e vários partidos políticos do país rejeitaram neste domingo a proposta de diálogo da esquerda basca entre o governo e o grupo separatista ETA. Segundo a proposta, as conversas teriam como base os princípios do processo de paz na Irlanda do Norte. "A única forma de acabar com o conflito é com o ETA abandonando as armas", disse o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, depois de classificar como "mais do mesmo" do grupo intitulado Batasuna, o qual propõe as negociações. Os jornais locais também não deram muita atenção à iniciativa do ilegal Batasuna --considerado o braço político do ETA-- anunciada no sábado, e lhe atribuíram a fragilidade do movimento nacionalista basco. O El País, por exemplo, disse que a proposta demonstrava que a política do governo está em um bom caminho, acrescentando que "ao menos um setor do Batasuna sabe que não haverá negociação política, e que muito menos haverá legalização sem abandono prévio, incondicional e unilateral das armas". O Batasuna fez no sábado um pedido de "um processo (não violento) de negociação entre o ETA e o Estado espanhol que fale sobre a desmilitarização do país e da libertação de todos os prisioneiros políticos". Em seu comunicado, no entanto, o Batasuna não condenou a violência do ETA, principal obstáculo para qualquer nova iniciativa de paz com o governo espanhol e os partidos de oposição. Esse é o principal motivo pelo qual o Batasuna, que busca a independência do País Basco, está fora da lei. O último processo de paz basco começou em março de 2006, mas terminou repentinamente depois que uma bomba detonada no aeroporto de Madri matou duas pessoas. (Reportagem de Elisabeth OLeary)