
14 de novembro de 2007 | 08h51
O estado de exceção vigente na Geórgia desde o último dia 7 será suspenso na sexta-feira, anunciou nesta quarta-feira, 14, a presidente do Parlamento georgiano, Nino Burdzhanadze. A medida extraordinária foi decretada na quarta-feira da semana passada pelo presidente Mikhail Saakashvili por um período de 15 dias. O chefe de Estado estabeleceu o decreto poucas horas após a polícia dispersar um comício da oposição na capital com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d´água. "A situação se estabilizou, e é preciso dialogar", afirmou Burdzhanadze ao fazer o anúncio, transmitido pela televisão pública, a única autorizada a emitir programas noticiários. A presidente do Parlamento afirmou que a "máxima direção do país" encarregou a ela anunciar a data da suspensão do estado de exceção. A implantação do Estado de exceção foi recebida com duras críticas pela comunidade internacional. Um dia horas após colocar as tropas nas ruas, Saakashvili anunciou que o estado de exceção seria suspenso em breve e que as eleições presidenciais seriam antecipadas para 5 de janeiro em uma tentativa de resolver a crise. "Não podemos avaliar positivamente o anúncio da suspensão do estado de exceção, pois no país continuam a repressão e a detenção dos partidários da oposição", disse à Agência Efe Ivlian Jaindrava, deputado do opositor Partido Republicano. O legislador lembrou que o Ocidente exigiu a Saakashvili a suspensão imediata do estado de exceção, e "isso não ocorreu ". "As autoridades implantaram e mantêm o estado de exceção com um único objetivo: interromper as emissões da rede de televisão opositora 'Imedi'", explicou o deputado conservador Zviad Dzidziguri. Ele acrescentou que o importante não é a anulação da medida extraordinária, mas saber se a "Imedi" poderá voltar a emitir. Na véspera, Matthew Bryza, subsecretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, disse em Tbilisi que Washington tinha recomendado a Saakashvili que suspendesse nos próximos dias o estado de exceção. "Pelo visto, dentro de dois ou três dias será suspenso o estado de exceção. A secretária de Estado americana (Condoleezza Rice) transmitiu às autoridades georgianas essa recomendação", afirmou Bryza.
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