
07 de março de 2008 | 10h55
O governo dos Estados Unidos tenta a extradição do traficante de armas Viktor Bout, detido na Tailândia na quinta-feira, 6. Bangcoc investiga se ele usou o país como base para negociar armas. Bout, de 41 anos, foi preso num hotel no centro de Bancoc, após autoridades tailandesas serem informadas pelo governo dos Estados Unidos que o tajique estava a caminho da Tailândia. "Ele era procurado por fornecer armas e explosivos para os rebeles colombianos", disse Petcharat Sengchai, chefe do departamento de combate ao crime de Bagcoc. O acusado pode pegar dez anos de prisão na Tailândia caso seja condenado por fornecer armas a terroristas, disse o tenente-general Aidsorn Nontree, durante uma entrevista coletiva. É possível que dados sobre paradeiro do traficante tenham sido obtidos no laptop do número 2 das Farc, Raúl Reyes, morto durante um ataque das forças de segurança da Colômbia contra um acampamento da guerrilha no Equador, no sábado. Isso porque quem passou a informação para a Tailândia foi o departamento anti-drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) e boa parte da verba que financia as Farc vem do tráfico de cocaína. Poliglota, Bout fala seis idiomas e é tido como o traficante que inspirou o personagem do ator americano Nicolas Cage no filme o Senhor das Armas, de 2005. Ex-militar da Força Aérea soviética, Bout criou uma empresa de transporte aéreo de carga depois que sua unidade foi desativada após o fim da URSS. Ela opera em países no Oriente Médio, na África, no Leste Europeu e nos EUA, segundo informações do Tesouro americano. Boa parte da frota de 40 aviões é registrada na Guiné Equatorial. A suspeita é que Bout era o principal fornecedor de armas para as Farc dos últimos 18 meses. Ele vendia para a guerrilha fuzis AK-47 , granadas propelidas por foguete e até mísseis terra-ar. A carga para os rebeldes saía do Casaquistão em seus aviões com destino ao Paraguai. Os aviões voltavam com cocaína fornecida pelas Farc, com escala na África. Peter Hain, ex-ministro britânico para a Europa que investiga as negociações de troca de armas por diamantes, qualificou o tajique de "o comerciante da morte na África". O traficante é acusado de inflamar várias guerras civis africanas, fornecendo armas, helicóptero s e tanques da era soviética para países que têm ou já enfrentaram conflito, como Angola, República Democrática do Congo, Libéria, Ruanda, Serra Leoa, Sudão e Afeganistão.
Encontrou algum erro? Entre em contato