Europa deixa de monitorar eleições na Rússia

Centro de monitoramento diz que Moscou obstruía trabalho; russos acusam observadores de inventar problemas

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Por Conor Sweeney , Christian Lowe e da Reuters
Atualização:

O principal centro de monitoramento de eleições da Europa desistiu nesta sexta-feira de fiscalizar as eleições parlamentares da Rússia. Segundo o centro, Moscou obstruía o trabalho. Autoridades russas, porém, acusam os observadores de inventar problemas. A desavença sobre as eleições de 2 de dezembro tem acentuado as diferenças entre as potências ocidentais, que se dizem preocupadas com a democracia russa, e o Kremlin, que acusa o Ocidente de se intrometer em seus assuntos internos. O centro de observação de eleições da OSCE, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, declarou que o fato de Moscou não ter concedido vistos a monitores leva à conclusão de que a Rússia não deseja cooperar. "Numa carta à Comissão Central Eleitoral russa, o embaixador Christian Strohal (diretor do centro da OSCE) lamentou o fato e afirmou que, devido às restrições e atrasos, a organização não será capaz de cumprir o seu mandato", disse um comunicado. "Apesar das várias tentativas, os vistos de entrada foram continuamente recusados", completou o texto. O presidente russo, Vladimir Putin, disputa as eleições na liderança do partido Rússia Unida. Os seus adversários dizem que o Kremlin usará o seu poder para beneficiar o partido governista. Autoridades em Moscou afirmam que a votação será livre e justa. Dizem que acolherão observadores internacionais, contanto que eles não avaliem a democracia russa com critérios ambíguos. Num comunicado, o Ministério do Exterior russo rechaçou a alegação de que o país havia obstruído o trabalho da missão de observadores. "Como uma desculpa, inventaram referências a supostas dificuldades para obter vistos", diz o texto.

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