
20 de outubro de 2009 | 14h34
Cerca de 97 mil mulheres assinaram o documento das "Mulheres ofendidas pelo premiê" após o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, dizer que a senadora Rosy Bindi, uma de suas adversárias políticas, era "mais bonita do que inteligente", desencadeando um raro levante feminista no país europeu.
Sites no Facebook, protestos em alguma cidades e cartazes e camisetas surgiram em apoio à campanha de Rosy, que afirmou "não ser uma mulher à disposição" do premiê. "Alguém deve dizer ao Berlusconi que ele não é nenhum George Clooney", disse a senadora Patrizia Bugnano. "Ele sempre se refere às mulheres como um machista, é uma ofensa", completou.
A campanha está sendo publicada pelo jornal de oposição La Repubblica e tem grande apoio da esquerda. A senadora Rosy diz que é um sinal de que um "novo feminismo" está se enraizando na Itália, onde Berlusconi afirma que as "mulheres são o mais belo presente de Deus para os homens".
Ainda assim, os adeptos da campanha afirmam que a ausência de um candidato de oposição fará que com o levante feminista cause poucos abalos no apoio ao premiê. "Berlusconi não mudou seu modo de tratar as mulheres e não é a primeira vez que ele faz comentários desse tipo", disse Maurizio Pessato, de uma empresa de pesquisas. "É comum que algumas mulheres que não simpatizem com ele expressem sua indignação, mas outras estão acostumadas. Estamos em uma fase na qual que o apoia, continuará fazendo, e quem o reprova, o fará com todas as forças", completou.
Outro pesquisador, Luigi Crespi, afirma que algumas das eleitoras de Berlusconi podem se iludir, mas não o bastante para deixar de apoiá-lo.
Encontrou algum erro? Entre em contato