O primeiro-ministro italiano rebateu as críticas sobre o comentário que fez nesta quarta-feira, 8, de que os sobreviventes do terremoto deveriam encarar a situação como um "fim de semana no camping". Ele disse que a declaração tentou levar otimismo aos milhares de desabrigados. "Acho que as crianças poderiam sorrir", afirmou o premiê, destacando que não quer "uma atmosfera de pessimismo, doença ou morte."
Berlusconi tem ido à região de Abruzzo, atingida na madrugada de segunda-feira por um forte terremoto de 6,3 graus de magnitude, diariamente. Na terça-feira, durante uma visita a um campo de desalojados, ele convidou algumas pessoas para hotéis no litoral, que estão recebendo milhares de pessoas. "Há vários hotéis à disposição que estão sendo pagos pelo Estado. Coloque o protetor solar", disse o premiê a uma mulher.
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Os novos tremores mantêm em alerta as 28 mil pessoas que, segundo Berlusconi, estão sem casa por causa dos terremotos. Cerca de 10 mil destes desalojados foram encaminhados pelas autoridades italianas para mais de 150 hotéis próximos à região afetada. Boa parte dos evacuados teve que passar as últimas noites nos 31 acampamentos montados na área atingida pelo terremoto, em casas de parentes e amigos de locais não afetados ou até mesmo dentro de seus carros.
O premiê, que disse não ter dormido nos últimos dois dias, definiu a situação dos evacuados como o "grande problema" enfrentado pelas autoridades que trabalham na zona. São mais de dois mil bombeiros, 1.500 militares, dois mil membros das forças da ordem e três mil voluntários.
Nesta quarta-feira, o chefe de governo italiano observou a devastação em Áquila, cidade onde foi registrado o epicentro do tremor. Ele consolou uma mulher que chorava. "Eu não tenho nada", afirmou ela ao premiê, que lamentou e disse que a região se tornou uma "cidade fantasma". Até agora, 272 pessoas foram dadas como mortas pelo tremor.
Berlusconi também alertou para os possíveis saques que podem ocorrer em meio ao caos no qual ficou imersa a região de Abruzzo após o terremoto, e prometeu a introdução de um "novo tipo de delito" na legislação italiana contra quem cometer esse tipo de crime, garantindo que "as penas serão muito duras."