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França evita desabastecimento energético, mas não se livra de protestos

Risco de escassez de combustíveis em aeroportos está afastado, diz secretário

Atualização:

Paris, 17 out (EFE).- O medo de o bloqueio das refinarias provocar o desabastecimento energético na França parece se afastar com as medidas adotadas pelo Governo, que enfrenta uma nova semana de protestos e interrupções contra o projeto de atrasar em dois anos a idade de aposentadoria.

 

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O Executivo desfez um ponto crítico ao reabrir a provisão de combustível do maior aeroporto do país, o Charles de Gaulle, em que havia querosene apenas para poucos dias, o que colocava em risco boa parte do tráfego aéreo francês.

 

O secretário de Estado de Transportes, Dominique Bussereau, afirmou neste domingo que a provisão se restabeleceu e que o risco de escassez foi afastado de forma duradoura.

 

O restante dos aeroportos também não encontra problemas de abastecimento, e algo similar acontece com os postos de gasolina, depois do desbloqueio de depósitos de combustível e de ser restabelecido o transporte do produto por estradas, normalmente proibido em fins de semana, mas autorizado de forma excepcional.

 

O Governo encontrou uma trégua na pressão sindical, mas as centrais operárias anunciam que voltarão à carga a partir de amanhã se não for retificado o plano de atrasar a idade mínima de aposentadoria de 60 a 62 anos e de 65 a 67 para cobrar a previdência completa.

 

Dez das 12 refinarias do país estão paralisadas e as outras duas estão peto de parar, enquanto os sindicatos de ferroviários anunciam uma intensificação do movimento que pode multiplicar as perturbações no transporte por trem.

 

Se na semana passada a frente de protesto se viu reforçada com a incorporação de centenas de milhares de jovens convocados pelas organizações estudantis, a partir de hoje se espera que os caminhoneiros bloqueiem estradas em pontos estratégicos em um novo xeque ao Governo.

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De forma oficial, foram contados 825 mil manifestantes na jornada de sábado, a menor convocação contra a reforma da previdência desde setembro, ao mesmo tempo em que os sindicatos foram acusados de inflar seus números de forma artificial para chegar à conclusão que 3 milhões de pessoas protestaram pelas ruas do país.

 

No Executivo, consideram que a próxima semana é fundamental porque notam certa desmobilização dos manifestantes e porque a aprovação da reforma avança no Senado, onde o texto deve ser votado na próxima quarta-feira.

 

Depois dessa votação, faltará um trâmite parlamentar para adotar definitivamente a reforma, mas o Governo considera que uma vez o texto esteja aprovado, os protestos se enfraqueçam ainda mais.

 

Os sindicatos também jogam com o calendário, pois sabem que não podem manter suas bases mobilizadas eternamente.

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