A França apresentou nesta quinta-feira as linhas gerais da sua proposta para a criação de um corredor humanitário na Síria, que seria protegido por "observadores" armados, excluindo assim a hipótese de uma intervenção direta para acabar com a repressão do regime sírio aos manifestantes que exigem a renúncia do presidente Bashar al Assad. O chanceler Alain Juppé disse que a zona humanitária precisaria ter o aval do governo de Assad, ou então ser organizada por observadores internacionais. Juppé se reuniu na quarta-feira em Paris com o chefe do Conselho Nacional Sírio (CNS, grupo da oposição no exílio), e disse que irá propor na semana que vem à União Europeia uma forma de ajudar os civis sírios. "Há duas formas possíveis: que a comunidade internacional, a Liga Árabe e as Nações Unidas convençam o regime a permitir esses corredores humanitários, ou então, se esse não for o caso, precisamos examinar outras soluções (...) com observadores internacionais", disse Juppé à rádio France Inter. Juppé descartou a possibilidade de uma intervenção militar, mas, quando questionado sobre a necessidade de proteção armada para comboios humanitários, afirmou: "É claro (...), por observadores internacionais, mas não está em questão uma intervenção militar na Síria." "Para nós, não há ajuda humanitária possível sem um mandato internacional", acrescentou.